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Uma medida que traria comodidade e mais segurança aos usuários de táxi de Porto Alegre teve o prazo para sair do papel mais uma vez adiado. Prevista para antes da Copa do Mundo e empurrada para setembro, a instalação de máquinas de cartão de crédito e débito nos 3.921 táxis que circularam pelas ruas da Capital pode ficar pra 2015.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) tem como justificativa para a demora a série de reuniões que vem realizando com taxistas - a categoria questiona a obrigatoriedade do serviço em toda a frota, a qualidade do sinal em alguns pontos da cidade e a falta de demanda por parte da população. De todos os veículos que circulam pela Capital, somente 40% estão equipados com os aparelhos.
Segundo o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, outro obstáculo para a instalação se refere à taxa de uso das máquinas - taxistas teriam de pagar R$ 29,90 mensais. Para solucionar o entrave, a EPTC pretende fazer um estudo jurídico e verificar a possibilidade de o órgão ressarcir esses custos. A meta agora é que, até o final do ano, o serviço já seja oferecido por todos os veículos. Cappellari não descarta, no entanto, a chance de o serviço estar disponível em toda frota somente em 2015.
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- Estamos trabalhando com uma série de projetos. Além das máquinas de cartão, também há a implantação dos aparelhos de GPS. Temos que construir uma alternativa para que haja consenso na aceitação da categoria. Temos uma meta até o final do ano, mas não quero criar conflito (com a categoria). Pode ficar para o ano que vem - reconhece Cappellari.
Adão Ferreira de Campos, diretor-administrativo do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintaxi), vê como alternativa um projeto de implementação gradual e gratuita dos aparelhos nos táxis da Capital. Ele sugere que a EPTC ofereça à categoria o uso das máquinas por 12 meses, sem custo ao taxista. Assim, segundo ele, o processo seria natural e de resultado:
- Esse tempo de uso gratuito evitaria o prejuízo do taxista e criaria uma demanda por parte dos passageiros, que se acostumariam com o serviço prestado. A situação acabará empurrando o permissionário à utilização da máquina, pois ele perderá dinheiro se deixar de usá-la. Talvez, no fim, uns 20% ainda evitem o sistema, mas a maioria continuará, ainda que tenha que pagar uma taxa para isso - acredita Campos.
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Outra solução que o Sinataxi propõe para a resolução do impasse seria a adoção de uma medida já em uso por taxistas da rodoviária e do aeroporto de Porto Alegre: a cobrança de 10% sobre o valor da corrida para cobrir as despesas do uso da máquina de cartão de crédito e débito. Ele reforça: o maior problema, no entanto, continua sendo a obrigatoriedade:
- O que não pode é a EPTC nos empurrar isso goela abaixo.
A medida atende o decreto municipal 18.593/14, que também regulamenta a lei de monitoramento dos táxis. Os equipamentos de cartão de crédito e débito atenderão às bandeiras Visa e Mastercard, além do Banricompras e do VerdeCard. A lei também prevê a instalação de equipamentos GPS e o chamado "botão de pânico" até o fim deste ano.
* Zero Hora