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Imagens da câmera interna do elevador que caiu na madrugada do último domingo na Capital auxiliam a Polícia Civil a compreender as circunstâncias de um acidente cercado de controvérsias. Pelo vídeo, é possível identificar que a estrutura não despencou como chegou a ser cogitado - mas que, na realidade, em vez de parar no térreo, desceu até amortecer nas molas de segurança.
O delegado responsável pela investigação, Paulo César Caldas Jardim, estima que a altura da queda é pouco superior a um metro.
Em vídeo, veja o momento do acidente:
Nove pessoas que saíam de uma festa no prédio de 21 andares localizado na Avenida Borges de Medeiros estavam no elevador no momento do acidente e ficaram feridas. A superlotação chegou a ser levantada como a causa do acidente. Pelas imagens da câmera, a polícia constatou que o grupo estava apertado no compartimento e quase sem espaço para movimentar-se. Porém, uma placa da empresa ThyssenKrupp, responsável pela manutenção do elevador, assinala a capacidade: 12 pessoas, ou 840 quilos.
Foto: Polícia Civil / Reprodução
Mais de 30 horas após o episódio, técnicos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) estiveram no local e vistoriaram a área. A análise irá definir qual dispositivo falhou no momento de travar o elevador - e o porquê, já que a última manutenção havia sido feita há pouco mais de uma semana, em 21 de novembro. Vítimas do acidente, o síndico do edifício e representantes da ThyssenKrupp devem prestar depoimento nesta tarde.
- O elevador não caiu, como no primeiro momento tínhamos a ideia. Até por isso, as lesões não foram tão acentuadas - avalia o delegado Jardim, da 1ª Delegacia de Polícia da Capital.
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De perna enfaixada e se deslocando com auxílio de muletas, o morador do prédio que organizou a festa nega que os ocupantes do elevador estivessem pulando, como foi dito inicialmente - fato comprovado pelo registro da câmera de segurança.
- Foi uma experiência horrível - disse o homem de 50 anos, que pediu para ter o nome preservado.
Por um comunicado, a ThyssenKrupp afirmou que irá aguardar o resultado da perícia técnica sobre as causas do acidente e que toda a documentação está à disposição da polícia. Até o momento, a empresa não respondeu se houve falha na indicação da lotação do elevador do edifício no centro da Capital. Foi a mesma pergunta feita aos técnicos e ao síndico pelo delegado:
- Como podem colocar uma placa para 12 pessoas se, visivelmente, nem nove caberiam? Acho que se trata de uma placa errada no lugar errado.
A capacidade de elevadores sociais e de carga, no país, é estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-RS) também estiveram no edifício nesta manhã. Segundo o presidente da entidade, Luiz Alcides Capoani, a ThyssenKrupp segue as normas exigidas: está registrada no conselho e possui um responsável técnico pelo elevador.
- Para nós, está tudo OK, até que a perícia diga o contrário - afirmou.
Entre os feridos no acidente, um dos casos mais graves foi o de um homem que sofreu fratura na tíbia - ele e outra vítima seguem internados no Hospital Cristo Redentor. Uma pessoa também recebe atendimento no Hospital de Pronto Socorro (HPS).
* Zero Hora
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