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Municipários bloqueiam acesso a prédio da prefeitura, e Fortunati diz que não negocia sem a liberação

Na quarta-feira, Justiça emitiu uma liminar proibindo o bloqueio e estabelecendo uma multa de R$ 4 mil para o descumprimento da ordem

Ronaldo Bernardi / Agência RBS
Manifestantes bloqueiam acesso a prédio da prefeitura no Centro Histórico

Os municipários entraram no segundo dia de greve, nesta quinta-feira, depois de uma quarta-feira turbulenta. Os servidores, que se mobilizam por reajuste salarial, foram proibidos pela Justiça de bloquearem a sede administrativa da prefeitura de Porto Alegre - que foi interditada por quase 10 horas na quarta -, e estabeleceu uma multa de R$ 4 mil por dia caso a determinação seja descumprida. Apesar da liminar, os servidores voltaram a ocupar o local e a impedir a circulação de veículos na Rua Siqueira Campos, causando transtorno no trânsito da região. Eles deixaram o local no final da tarde.

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Havia uma reunião entre o movimento e a prefeitura marcada para as 14h, mas o prefeito José Fortunati disse que não iria receber os grevistas enquanto eles impedirem a entrada no prédio. Sem acesso à sede administrativa, órgãos da prefeitura estão chamando funcionários para trabalhar em escritórios alternativos no centro.

- É importante que os servidores saibam que, pela obstrução do prédio, a folha de pagamento vai atrasar. Não é por falta de recursos, é porque a folha de pagamento é feita na Secretaria de Administração, que fica naquele prédio. Na medida que os servidores não conseguem entrar, teremos que postergar a folha - disse Fortunati pela manhã. - Com o bloqueio do prédio, não temos reunião. Eles vão para assembleia sem qualquer negociação com a prefeitura.

Integrantes da Associação dos Servidores da Fazenda consideram que a ameaça de atraso no pagamento é uma forma de a prefeitura pressionar pelo fim da greve. Junto aos demais funcionários públicos paralisados, eles disseram que não seria necessário utilizar o prédio administrativo para gerar a folha, que até já poderia estar com a Procempa.

O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) tem marcado, para sexta-feira, uma assembleia. Os servidores garantem que a greve segue na próxima semana se não houver nova proposta da prefeitura. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Fortunati também assegurou que a crise financeira impede a administração municipal de conceder reajuste nos salários acima de 8,17%.

Os dois lados divergem quanto ao alcance da greve. A prefeitura afirma que a adesão é baixa, com transtorno somente na sede administrativa, mas não quer divulgar os números. Já o Simpa divulga as seguintes informações:

- 95% das 96 escolas municipais paralisadas
- 22 dos 21 Centros de Referência da Assistência Social (Cras) parados
- Também há forte adesão no Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Secretaria Municipal da Cultura, atendimento do Fala Porto Alegre (fone 156) e Secretaria Municipal da Fazenda (excetuando os agentes/auditores)

Veja como foi a mobilização dos municipários pela manhã:


Como foi a greve na quarta-feira

A greve dos municipários teve início à meia-noite de quarta-feira - e deve seguir, pelo menos até sexta-feira, quando será feita uma assembleia da categoria.

Eles protestam por reajuste de 9,44%, referente a perdas salariais, mais pagamento da inflação integral e ganho real, totalizando 20%. Outra reivindicação é a retirada da Câmara de Vereadores do projeto de lei que prevê que os benefícios acumulados do efeito cascata (a incidência de gratificações e vantagens umas sobre as outras, considerada irregular desde 1998) se transformem em abono - possibilidade já assinalada pelo Executivo.

No primeiro dia de manifestação, 26 escolas municipais não abriram as portas aos estudantes e 50 funcionaram parcialmente durante a manhã - mas 22 não sofreram qualquer impacto da greve.

Já as 142 unidades de saúde municipais foram mantidas abertas pela manhã. Dos 5,4 mil servidores da área, 63 paralisaram as atividades - o que representa menos de 1%. Os atendimentos essenciais, como emergência, estão mantidos, mas há restrição principalmente no setor de enfermagem (como a realização de curativos).

*Zero Hora

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