Porto Alegre

Após a posse

Maratona de reuniões e previsão de "notícias ruins": a primeira tarde de Marchezan como prefeito

Zero Hora acompanhou o prefeito recém-empossado no primeiro dia de despachos em seu gabinete, em meio ao anúncio das primeiras medidas

Fábio Schaffner

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Nelson Marchezan aguardava para ser entrevistado no Jornal do Almoço, ao meio-dia desta segunda-feira, quando o programa exibiu uma reportagem sobre sua posse, no domingo. O principal destaque era o alerta do novo prefeito que inevitavelmente haverá atrasos no pagamento de salários do funcionalismo em 2017. O tucano virou-se para Tânia Moreira, coordenadora de comunicação da prefeitura, e lamentou.

– Notícia ruim. Nos primeiros meses, vai ser assim.

O comentário serviria como prenúncio de que o primeiro dia de trabalho de Marchezan não seria dos mais auspiciosos. Não que o tucano estivesse desanimado. Mas notícias boas, realmente, ele não teria nenhuma a anunciar. No meio da tarde, Marchezan apresentou as principais medidas de governo, entre elas uma moratória de 90 dias nas despesas do município. Era o desfecho de um pacote fechado durante quase toda a manhã com seus principais auxiliares.

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No gabinete, no fim da manhã, Marchezan reuniu todo o primeiro escalão. Durante uma hora, ele discorreu sobre a nova realidade da prefeitura, pedindo o auxílio de todos na contenção de gastos. Apressado, deixou o prédio para entrevistas a emissoras de televisão.

Na RBS TV, falou ao Jornal do Almoço e, depois, almoçou no prédio da emissora, servindo-se de bife, ovo frito, abóbora cozida e salada de beterraba e alface. De sobremesa, dois chocolates.

Por telefone, indagou sobre o ambiente na Câmara de Vereadores, onde seria votado o projeto de reorganização administrativa da prefeitura. Em seguida, marcou uma reunião com o vereador Valter Nagelstein (PMDB), com quem tivera um desacerto semana passada.

De volta à prefeitura, recebeu o coronel aposentado da Brigada Militar João Carlos Trindade Lopes, com quem discutiu políticas de segurança para o município. Ao sair do gabinete para pedir um café, foi alertado pela secretária:

– Prefeito, tem uma campainha embaixo da sua mesa. É só tocar que a gente vai aí.

Coronel Trindade saiu, voltou Leonardo Busatto. Era hora de concluir os últimos ajustes antes da apresentação do arrocho a que submeteria as contas da prefeitura. Na sequência, Marchezan ficaria mais de uma hora explicando o pacote aos jornalistas. À noite, ao chegar em casa após um primeiro dia exaustivo de trabalho, havia outro compromisso inadiável: fazer uma "baita farra" com o filho Nelson Marchezan Neto, oito anos, conforme havia prometido em telefonema ao guri no início da tarde.


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