De bicicleta, o auxiliar de mecânico Samuel Mesquita Lara, 30 anos, percorre um trecho da Avenida Serraria dentro da pista, disputando espaço com os carros. Perto da ponte sobre o Arroio do Salso, onde mal há espaço para os veículos, fica cruzando a via de um lado a outro, incontáveis vezes, atento à movimentação dos veículos e à direção das curvas. Arrisca-se porque, em boa parte da via, não há acostamento, e, quando há, está tomado por mato e buracos.
- Faço isso todos os dias para ir trabalhar e voltar para casa - conta Samuel.
Dia Mundial Sem Carro em Porto Alegre é marcado por chuva e congestionamento
Nova chuva, velho problema: passageiros ainda se molham no Terminal Triângulo
Problema na Zona Sul da Capital, que se intensifica em áreas mais afastadas, a falta de um espaço para pedestres e ciclistas trafegarem também é a reclamação da copeira Carmen Eliane da Silva, 57 anos. Diariamente ela percorre trecho da Estada da Ponta Grossa, muitas vezes dentro da pista. Diz que tem medo de ser atropelada: costuma caminhar no sentido contrário ao do fluxo de veículos para enxergá-los se aproximando. Sua colega, Rosa Maria Martins, 41 anos, acrescenta:
- É bem complicado, tanto pra mim quanto para o povo todo. Bastante gente passa por aqui, inclusive crianças.
José Luis Guimarães, 63 anos, motorista, costuma pescar sobre a ponte do Arroio do Salso. Ele atesta que os carros trafegam em alta velocidade pela Serraria, "passando fininho" pelos pedestres e ciclistas.
- Eles passam muito perto porque a faixa é estreita, principalmente os ônibus e caminhões.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Obras e Viação informa que uma equipe irá ao local para fazer a patrolagem do acostamento e avaliar a colocação de saibro. A pasta informou ainda que as vias são estradas e, por isso, não possuem calçadas. Embora tenha o nome de Avenida da Serraria, no trecho visitado, esta também tem características de estrada.

