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A primeira das últimas cinco sinaleiras intermitentes para pedestres em Porto Alegre deverá ser retirada da Avenida João Pessoa nos próximos dias. A mudança ocorre depois que uma mulher morreu ao ser atropelada por um ônibus quando atravessava o corredor da Estação Touring ao lado da filha e de um sobrinho, que ficaram feridos, em 7 de setembro. O equipamento será substituído por um semáforo com contador regressivo.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) ainda estuda se as demais sinaleiras intermitentes serão retiradas - são duas na Avenida Assis Brasil e outras duas na Avenida Bento Gonçalves. O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, não culpa a sinalização pela morte de Fátima dos Santos, 52 anos:
- Se fosse só pelo sinal, teríamos continuadamente acidentes no local. Não se pode avaliar o acidente sob uma única possibilidade de desatenção, de a vítima não ter olhado ou não ter visto a sinalização. Há uma série de condições para acontecer um acidente, há o conjunto de fatores do pedestre e do motorista do ônibus, também. Mas não fazemos perícias com o viés de se chegar ao culpado. O que temos é uma equipe multidisciplinar que avalia ações para se evitar novas ocorrências.
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O espaço para pedestres na estação será aumentado, tendo em vista seu futuro uso pelo sistema BRT (bus rapid transit). A obra já começou, mas está parada por causa da chuva. Depois que passar o período de mau tempo, o alargamento será finalizado e então haverá a desativação do semáforo intermitente - que apenas pisca em amarelo, sem fechar para pedestres nem veículos. O sinal está na via desde 1983, de acordo com Cappellari.
Ativista critica funcionamento de semáforos para pedestres e bicicletas
O tempo de travessia de pedestres e ciclistas programado nos semáforos da Capital é muitas vezes insuficiente, aponta o engenheiro eletricista e cicloativista Aldo Maraschin, integrante da Associação pela Mobilidade Urbana e Bicicleta (Mobicidade). Ele lembra que estudos demonstraram que a probabilidade de o pedestre furar o sinal vermelho para ele aumenta quando o tempo de espera passa de um minuto.
Em Porto Alegre, o tempo máximo é de 1min10s, em um semáforo da Avenida Nilo Peçanha que atua a partir do volume do tráfego, conforme a EPTC. Maraschin questiona que os tempos são definidos em função da necessidade de manter o fluxo dos carros, e não de beneficiar os pedestres ou ciclistas.
- Nunca um motorista aguarda o mesmo tempo que um pedestre espera. Já o ciclista normalmente tem que esperar dois tempos no ciclo do semáforo para ganhar o verde. Estão penalizando quem usa bicicleta - critica.