
Os professores da rede estadual do Rio Grande do Sul decidiram paralisar as atividades nas escolas até sexta-feira (4). A greve por tempo determinado foi definida em assembleia do Cpers-Sindicato, realizada nesta terça-feira em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre.
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O motivo da greve é o novo parcelamento dos salários dos servidores estaduais, com a liberação de R$ 650 por matrícula no primeiro dia de pagamento. Este é o 18º parcelamento consecutivo feito pelo Piratini.
Uma nova assembleia será realizada na sexta-feira, no mesmo local, para decidir os rumos da mobilização.
A presidente do Cpers-Sindicato, Helenir Schürer, destaca que há decisão judicial de setembro de 2016 obrigando o Estado a pagar os salários em dia. Ela reclama o não cumprimento da ordem e diz que, após a greve realizada no ano passado, ficou acertado com o governador José Ivo Sartori a criação de uma mesa de negociação permanente.
– Já perdemos as contas de quantos pedidos de audiências fizemos ao governo. Temos pautas que não têm impacto financeiro e não conseguimos discuti-las – afirma.
Helenir diz que o recebimento de apenas R$ 650 no primeiro dia de pagamento dos salários foi determinante para o movimento.
Em nota oficial, o governo estadual afirmou que "a população gaúcha já compreendeu a situação financeira do Estado e as medidas que o governo vem tomando em busca do reequilíbrio das contas públicas. Aos pais dos alunos da rede pública estadual, o governo do Estado garante que adotará todas as medidas que possam minimizar os prejuízos na qualidade de ensino dos estudantes". As medidas, contudo, não foram detalhadas.
Em março deste ano, a categoria fez greve durante 16 dias para cobrar, entre outras demandas, o pagamento do piso nacional do magistério. A paralisação, que registrou baixa adesão, foi encerrada sem avanço nas negociações com o governo estadual.