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Quem entra no Aquário Marinho do Rio, o maior da América Latina, vive o sonho de um menino de 16 anos. Marcelo Szpilman é, atualmente, um dos principais especialistas em tubarões do Brasil, mas idealizou na adolescência o que faria, assistindo à versão biólogo marinho de James Bond em 007 – O espião que me amava (1977). No filme, o agente secreto se disfarça e, para confirmar a identidade, é desafiado a acertar o nome dos animais que nadavam em frente a um laboratório submarino.
– E ele ia lá e respondia na lata o nome científico dos peixes. Isso me fascinou. Foi naquele momento que eu tive o clique e disse: "É isso que eu quero fazer, ser um biólogo marinho" – explica Szpilman, idealizador do AquaRio.
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De lá para cá, ele não apenas realizou seu sonho de garoto como, desde novembro, proporciona o contato com a vida marinha a milhares de pessoas que visitam diariamente o AquaRio. Com 26 mil metros quadrados de área construída e 4,5 milhões de litros de água, o local abriga 3 mil animais de 250 espécies.
A ideia é que o visitante tenha uma visão geral dos ecossistemas marinhos. Há plânctons – base da cadeia dos oceanos –, águas-vivas e praias arenosas com animais que se enterram antes de o visitante chegar aos seres perigosos, no gigante recinto oceânico. E é gigante mesmo – 3,5 milhões de litros de água, sete metros de pé-direito e um túnel passando pelo interior, de onde se pode ver diversas espécies de peixes, raias e tubarões.
É lá que estão duas das principais estrelas do lugar, vindas do Aquário de Ubatuba: Sharon e Margarida, um tubarão mangona da espécie Carcharias taurus, de dois metros de comprimento, e um tubarão-lambaru Ginglymostoma cirratum, com dois metros e meio.
Pelos nomes científicos, fica difícil saber quem é quem. Então, a dica para reconhecê-las é simples: a Margarida está sempre rodeada de peixinhos, que vão nadando junto a ela para aproveitar os restos de comida que ficam pelo caminho.
– Na natureza é assim, enquanto uns trabalham, os outros se divertem – brinca Szpilman.
Para evitar desperdícios e ter a certeza de que os animais estão se alimentando direitinho, a dupla de tubarões, assim como as raias, recebe comida na boca, das mãos dos mergulhadores. A função é visível ao público e ocorre diariamente por volta das 14h.
Outro sucesso de público é a sequência de aquários com os peixes do indo-pacífico. Quem lembra do endereço "P. Sherman, 42, Wallaby Way, Sydney" vai matar a charada. Sim, é lá que está toda a turma dos filmes Procurando Nemo e Procurando Dory.
Para 2017, está prevista uma série de atividades adicionais. Entre elas, a possibilidade de visitar os bastidores do aquário, dormir no túnel e, para quem tiver coragem, mergulhar ao lado de raias e tubarões no tanque principal.
Aquários pelo mundo
- O tamanho dos aquários é medido pelo volume de água. O AquaRio tem tamanho semelhante ao Oceanário de Lisboa, que tem 5 milhões de litros.
- O maior aquário nos EUA é o Georgia Aquarium, em Atlanta, com quase 40 milhões de litros de água doce e salgada. Já foi o maior do mundo.
- Ele perdeu posição para o Chimelong Ocean Kingdom, inaugurado em 2014 na China. São sete áreas, cada uma representando uma parte do oceano, totalizando 49 milhões de litros de água.
- O maior aquário da Europa está sediado em Valência, integrando a Cidade das Artes e das Ciências, obra do espanhol Santiago Calatrava – o mesmo responsável pelo Museu do Amanhã. São 42 milhões de litros de água em diversos tanques, que apresentam os principais ecossistemas marinhos do planeta.
*O jornalista viajou a convite de Rede Marriot de Hotéis