
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, no Maracanã, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, surpreendeu ao dizer que o número de 12 estádios previstos para a Copa da Rússia, em 2018, pode ser reavaliado.
- Aqui, aprendemos algo. No começo tínhamos oferta de 17 estádios, e convencemos os brasileiros a reduzir para 12. Ainda estamos discutindo qual é o número ideal para manter a organização manejável e não chegarmos a situações como na África do Sul em que não se usam três estádios. Em setembro, teremos uma reunião para avaliar se 12 é o número correto - disse, referindo-se à Copa de 2018.
Blatter rejeita acusações de corrupção: "Apresente provas"
A declaração causou estranheza. Primeiro, porque Blatter pareceu confundir-se na fala, misturando referências às Copas passadas e às próximas duas, na Rússia e no Catar. Além disso, as sedes russas já estão anunciadas pela Fifa. Jornalistas estrangeiros, inclusive russos, estranharam a possibilidade de mudança.
Presente à coletiva, o CEO do comitê organizador russo, Alexey Sorokin, não teve espaço para responder a perguntas: apenas passou um vídeo e convidou a todos para irem ao evento:
- Vocês não vão se arrepender.
Durante o evento, foram apresentados números da venda de bilhetes na Copa. Foram cerca de 11 milhões de pedidos de ingressos. No total, foram distribuídos 3.141.908 tíquetes, sendo 64% para brasileiros e 36% para estrangeiros. Veja os cinco países que mais compraram ingressos para a Copa do Mundo no Brasil:
Foram anos de tensão entre Fifa e autoridades brasileiras, com críticas pesadas da entidade suíça, mas, no dia seguinte à Copa, o sentimento era de final feliz. Tanto que, questionado sobre que nota daria para o Mundial brasileiro, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse, com uma ironia meio nonsense.
- Passamos a noite calculando, usando todos os computadores e o Facebook, e chegamos à nota de 9,25 - afirmou.
Há quatro anos, Blatter havia dado nota 9 à África do Sul. Presente à coletiva, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que as relações entre os organizadores "foram sempre em harmonia", esquecendo do episódio em que o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou que os brasileiros deviam levar um "chute no traseiro". Na ocasião, o governo disse que não trataria mais com Valcke, mas voltou atrás. O ministro achou exagerada a cobrança sobre o Brasil.
- Houve no caso da Copa um estado de espírito de pessimismo, descrença e desconfiança. O país superou esses desafios e dificuldades no último ano. Já tínhamos passado pela Copa das Confederações e poderíamos calcular que realizaríamos uma Copa do Mundo à altura do que o mundo esperava - afirmou Rebelo.
Confira os números desta Copa do Mundo:
> 1.875 veículos transportando imprensa, árbitros, seleções, Fifa e autoridades 200 mil m² de sinalização e decoração nos 12 estádios
> 2.952 metros de painéis de LED para publicidade
> 5,5 mil rádios de comunicação para a equipe Fifa/COL
> 1,15 milhão de litros de bebidas não-alcoólicas para envolvidos na organização da Copa e para seleções
> 14 mil voluntários da Fifa atuaram nos estádios
> 1.018 funcionários do COL
> 246 mil credenciais impressas
> mil shows ao vivo nas fan fests
> 280 mil quilômetros voados pelas seleções
> 16.746 mil credenciais de mídia
> 1 bilhão de espectadores na final da Copa
> US$ 850 milhões investidos pela Fifa na organização
> 485 mil passageiros utilizaram aviões na Copa. No Carnaval passado, foram 365 mil e, no Natal de 2013, foram 404 mil
> O índice de atraso ficou em 7,46% - segundo o governo, o padrão europeu é de 7,6%
> 30 mil pesssoas trabalharam direta ou indiretamente para o Comitê Organizador Local (COL)
> R$ 6 milhões investidos no preparo em gramados
> 500 técnicos em gramados foram capacitados
> 29 órgãos do governo federal foram envolvidos na Copa
> 90 órgãos públicos locais foram envolvidos no Mundial
ZH Esportes