O Grêmio ficou com uma lacuna na lateral esquerda quando negociou Wendell ao Bayer Leverkusen. As opções de origem são Breno e Marquinhos Pedroso, mas nenhum dos dois é uma garantia de sucesso na vaga. Por isso, o técnico Enderson Moreira resolveu testar a improvisação do zagueiro Saimon - que já tem experiência como lateral-direito.
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Zero Hora convidou os colunistas para avaliar a experiência. Para eles, a colocação de um zagueiro na lateral força o time a encontrar alternativas ofensivas para que o esquema funcione.
Como você avalia o teste de Saimon na lateral esquerda?
Wianey Carlet, colunista de Zero Hora
Saimon surgiu no Grêmio como um promissor zagueiro pelo lado direito. Jogou pouco tempo nesta posição e em seguida foi deslocado para a lateral direita. O seu desempenho chegou a prometer que o Grêmio estava ganhando um grande lateral. Depois, ficou algum tempo parado, foi arquivado, e reapareceu nos últimos meses. Já passou pelo lado esquerdo da zaga e agora será testado na lateral esquerda. Se for aprovado, será um raro caso de jogador que joga nas quatro posições da defesa.
Luiz Zini Pires, colunista de Zero Hora
Enderson Moreira aprendeu com a Copa do Mundo. A Alemanha jogou com um zagueiro na lateral esquerda. É valido testar Saimon, zagueiro com alguma técnica e boa velocidade, do lado esquerdo. Mas, neste caso, é preciso ter uma jogada qualificada, boa saída, ótimo apoio e precisos cruzamentos do lado direito. Os alemães têm um farto cardápio de competentes jogadas pela ala direita, o Grêmio não tem. Só Enderson ainda imagina que Pará possa ser o ala. Ele gasta o seu tempo à toa. Sobra dinheiro e paciência à direção gremista - nem tanto aos torcedores. Boas ideias, às vezes, esfarelam-se nos pés dos jogadores errados. Jovem ou experiente, o bom técnico se mede por aí.
David Coimbra, colunista de Zero Hora
Saimon pode ser uma boa ideia para a lateral esquerda, se o Grêmio tiver outras alternativas de jogada ofensiva para compensar suas características de zagueiro. O Grêmio já teve sucesso com um lateral assim: Roger. Roger era um zagueiro que jogava pela esquerda, pouco ia ao ataque, sua função era, principalmente, de marcação atenta e saída de bola. Mas, do outro lado do campo, o Grêmio tinha Arce, que não era bom marcador, mas que, quando passava do meio do campo, jogava a bola com precisão na cabeça de Jardel. Isso não quer dizer que o desafogo do time tenha que ser necessariamente o lateral-direito, pode ser um volante que saia mais, por exemplo, e que se valha da cobertura de Saimon.
Diogo Olivier, colunista de Zero Hora
Como teste, para exercitar uma alternativa a mais de grupo, é interessante. Saimon já foi usado como lateral-direito. Celso Roth o utilizou pela primeira vez fora da zaga. Mas o mais adequado é adotar alguém da posição na lateral esquerda, ainda mais se há estes jogadores no grupo.
Guilherme Mazui, blogueiro do Gremista ZH
É um teste válido, em especial pela baixa produção de Breno e Marquinhos Pedroso, que não empolgam. Quando um lateral não consegue defender e atacar bem, vira um estorvo. Se fechar a porteira do lado esquerdo, Saimon permitirá que alguém no meio apoie mais. Quando surgiu, em 2009, atuou na direita e quebrou o galho. Ele tem futebol no corpo e gremismo no sangue (isolou Ronaldinho e anulou Damião em Gre-Nal). Saimon precisa controlar os nervos, chegar firme sem levar cartões bobos.
