
Auditor mais antigo do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Flávio Zveiter poderá ter papel decisivo na reversão da pena de exclusão da Copa do Brasil aplicada dia 3 de setembro, pela terceira comissão disciplinar.
Advogados opinam sobre possibilidade de reversão da pena do Grêmio
Só que seu retorno de Nova York é aguardado apenas para a manhã de hoje, a poucas horas do julgamento, que terá acompanhamento minuto a minuto no site de ZH. A partir das 10h desta sexta-feira, o tribunal julga em segunda instância o Caso Aranha, no qual o Grêmio é réu por injúrias raciais proferidas por alguns de seus torcedores.
Com 14 anos de atuação no tribunal, do qual já foi presidente apesar de ter 33 anos, Zveiter, é considerado um dos auditores mais influentes do STJD, uma opinião normalmente seguida por seus pares. Seu discurso em defesa do Grêmio no julgamento do caso de injúria racial contra o zagueiro Paulão, do Inter, foi interpretada como um indicativo de que ele poderá fazer o clube voltar à competição. Nesse caso, a pena de exclusão seria trocada por perda de mando de campo na própria Copa do Brasil.
Atos racistas levam Grêmio a suspender a Geral
Se o julgamento fosse dia 19, como estava previsto, seria certa a ausência de Zveiter. Adiado para esta sexta-feira, permitirá que ele retorne de Nova York a tempo de participar da sessão. Dos nove auditores do Pleno, apenas sete deverão votar. Estarão ausentes Alexander Macedo, doente, e Miguel Cançado, em viagem. Flávio Zveiter é filho de Luiz Zveiter, então presidente do STJD no famoso caso da Máfia do Apito, que determinou a anulação de 11 jogos do Brasileirão de 2005.
Também gera expectativa o voto do presidente, Caio César Rocha. Uma entrevista em que ele sugeriu uma votação "mais analítica e menos emocional" foi a senha para que o Grêmio passasse a acreditar com mais força na reversão da pena. Caio Rocha, contudo, tem-se mostrado preocupado com a enorme pressão exercida pela mídia do centro do país, que interpretou como nova manifestação de racismo as vaias a Aranha na partida entre Grêmio e Santos na semana passada.
Além disso, o caso Aranha obteve repercussão internacional, com a exclusão do Grêmio sendo parabenizada por Joseph Blatter, presidente da Fifa. Na visão de muitos, uma posição contraditória, já que a entidade não costuma se manifestar quando clubes europeus são apenas multados por casos de injúria racial.
Conhecedores dos bastidores do STJD apostam numa votação apertada, diferentemente da primeira, em que o Grêmio foi condenado por cinco a zero. Além da exclusão, Paulo Schmitt, procurador-geral pede elevação da multa de R$ 54 mil para R$ 100 mil e perda de mando.
- Não estamos otimistas, nem pessimistas. No primeiro julgamento, havia um clamor público contra o clube e um clima de linchamento, que repercutiu até no incêndio da casa da torcedora - lembra o diretor-jurídico Thiago Brunetto.
Como será o julgamento:
A sessão abre com o relator Paulo César Salomão, em que é resumido o que foi definido no julgamento em primeira instância, na Terceira Comissão Disciplinar, dia 3 de setembro
Em seguida, é aberto o prazo para exibição de imagens e depoimentos relativos ao caso. Não está descartado que o presidente Fábio Koff fale, como no primeiro julgamento
Encerrada esta etapa, falam o procurador Paulo Schmitt, que faz a denúncia, e os advogados do Grêmio. A cada um é dado o tempo de 10 minutos para sustentação oral
Como na sessão anterior, os advogados Gabriel Vieira e Michel Assef Filho, que defenderão o Grêmio, deverão dividir o tempo de 10 minutos.
Como o julgamento anterior foi realizado somente uma semana após o fato ocorrido, foi dada ao Grêmio a possibilidade de produzir mais provas.
Depois, tem início a votação.
O primeiro a votar é o relator Paulo César Salomão. Seguem-se o vice-presidente, Ronaldo Botelho e Flávio Zveiter, o auditor mais antigo. A sequência se dá sempre a partir do auditor mais antigo. O último a votar é o presidente Caio César Rocha.
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