
Desde as 14h52min deste domingo, o corpo de Fernandão repousa no lote 969ª da Quadra N do cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia. Durou 37 minutos o trajeto do cortejo desde o fim do velório, no ginásio Luís Torres de Abreu, até a sepultura. Cerca de 200 pessoas, entre familiares, amigos e fãs, deram o adeus ao ídolo das torcidas de Inter e de Goiás.
Na entrada do cemitério, o cantor Leonardo, amigo de Fernandão há mais de duas décadas, recepcionou o caixão que estava no caminhão do Corpo de Bombeiros. Junto com o sertanejo, Iarley, Fernando Carvalho e Gaudino, pai do ex-capitão colorado, conduziram o esquife até a sepultura.
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Foi no momento de baixar o caixão que o ambiente de comoção de Porto Alegre foi, enfim, transferido para Goiânia. Poucos conseguiram conter as lágrimas. Nem faziam questão. Quase todos choraram, de crianças a idosos. De famosos a anônimos. Espontaneamente, torcedores do Goiás passaram a homenagear ídolo.
- O Fernandão é o nosso Ayrton Senna - disse um popular.
- Até podemos ganhar a Copa, mas já perdemos o Fernandão - emendou outro.
- Foi a melhor pessoa que conheci - gritou um terceiro, mais afastado, e com voz embargada.
Enquanto o caixão descia para a sepultura, com a ajuda de Clemer, houve aplausos, seguidos de gritos em uníssono:
- Fernandão, Fernandão, Fernandão!
Em seguida, os torcedores cantaram os hinos de Goiás e de Inter. Assim que os coveiros colocaram areia sobre a sepultura, as 39 coroas de flores foram depositadas junto ao número do jazigo.
- Conheci o Fernandão quando ele tinha 14 anos. Ele foi cedo demais e esta ferida ficará aberta por muito tempo. Ele amava a música sertaneja e adorava Não Aprendi Dizer Adeus (sucesso de Leandro e Leonardo). Sentirei saudades - disse um arrasado Leonardo.
Clemer ainda apresentava os olhos marejados, mesmo após o sepultamento.
- Foi péssimo descer o caixão. Péssimo. Jamais imaginei enterrar um cara que me deu tantas alegrias. Não é natural um pai enterrar um filho. Não é certo - lamentou o goleiro campeão do mundo em 2006.
Confira as imagens do sepultamento do ex-jogador:
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Um mito na história do Inter
Fernandão nasceu em Goiânia e foi revelado pelo Goiás. Mas foi no Inter que ele viveu suas maiores glórias, conquistando a Libertadores da América e o Mundial em 2006, como capitão da equipe de Abel Braga.
Foram quase cinco anos de identificação com a torcida e gols emblemáticos, como o da estreia, em 10 de julho de 2004, no Gre-Nal do gol 1.000, de sua autoria. Neste ano, Fernandão foi um dos mestres de cerimônia da reabertura do Beira-Rio, no dia 5 de abril. Anos antes, ele e o então goleiro Clemer comandaram a festa do Mundial, cantando junto com um Beira-Rio lotado.
Sua última equipe foi o São Paulo, em 2011. Fernandão jogou ainda no Olympique de Marselha e Toulouse, na França, e o Al-Gharafa, no Catar. Ele também treinou o Inter em 2012, e agora se preparava para comentar a Copa do Mundo pelo SporTV.
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