Nesta terça-feira, primeiro dia da greve dos bancários, muitos clientes conseguiram utilizar normalmente os serviços bancários no entorno da Praça da Alfândega. Gessy Tomasi, 72 anos, aposentada, foi ao Banrisul realizar o pagamento de contas e percebeu que o atendimento foi um pouco mais demorado nesta manhã.
- Foi um pouco mais demorado que o habitual. Levei 40 minutos - comenta, acompanhada pelo filho Paulo Tomasi, 45 anos.
Rodrigo Alves Borba, 39 anos, funcionário público, observou um movimento maior nas filas para o caixa eletrônico:
- Hoje, fiz só movimentações financeiras nos caixas eletrônicos. Tem mais fila.
Rodrigo Alves Borba observou fila maior nos caixas eletrônicos
Foto: Laura Schenkel, Agência RBS
Os serviços bancários disponíveis pela internet e pelos caixas eletrônicos é um dos fatores que fazem muitos clientes não serem afetados pela greve. Apenas 10% das transações financeiras foram feitas ano passado em agências, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Internet e aplicativos dos bancos por celular foram o meio para 47% das transações em 2013.
Bancários de Porto Alegre decidem entrar em greve
Opções para os consumidores não serem afetados
A jornalista Kátia Reichow, por exemplo, conseguiu fazer tudo o que precisava nos caixas eletrônicos nesta terça: pagamento de contas, transferência de dinheiro e verificação do extrato. Existem no país 166 mil caixas eletrônicos, dos quais 61% são terminais multifuncionais, que realizam operações de saque, de pagamento, de transferência, de deposito, de retirada de folha de cheque, dentre outras opções.
Mais de 800 agências paralisadas no RS
Ao todo, mais de 800 agências paralisaram as atividades. De acordo com a primeira parcial da greve informada pelos sindicatos à Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), até o início da tarde, a paralisação atingia mais de 500 unidades no Estado. A esse número, somam-se os dos sindicatos ligados ao SindBancários, que contabilizaram 356 agências totalmente paralisadas no primeiro dia de greve.
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
Leia todas as últimas notícias de economia
Na segunda-feira, os bancários rejeitaram mais uma proposta de reajuste salarial e aprovaram para a terça-feira o início de greve nacional por tempo indeterminado. Eles defendem um aumento de 12,5%, com ganho real de 5,8%.
Para o cálculo da inflação foi utilizado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acumulou alta de 6,35% no período de 12 meses encerrado em agosto. Os bancários também reivindicam melhores condições de trabalho, mais investimentos em saúde, igualdade de oportunidades e segurança.
