Iraí completa 81 anos neste 1º de julho, mas não comemora. Volta os esforços para reconstruir o que foi levado pela segunda maior enxurrada de sua história, que deixou 1,3 mil pessoas fora de casa. As apresentações de música e esportes radicais, na Praça da Matriz, e o baile da cidade foram cancelados. Foi decretado estado de calamidade pública.
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A única celebração mantida foi a missa na Igreja Católica. Nesta manhã nublada, com o termômetro marcando 13°C, a paróquia do centro do município recebeu parte da comunidade. Mas o aniversário não foi o único motivo.
- A gente também reza pelos desabrigados da cidade nesta Santa Missa - afirma o padre Leandro Piffer. A história do aposentado Osvaldo de Oliveira, 66 anos, resume a história de muitos iraienses. Moradores do município ladeado pelos rios do Mel, Uruguai e da Várzea, eles são acostumados a vivenciar cheias. Mas, grande como esta, só haviam visto em 1983.
Durante um década, Oliveira economizou para construir o segundo andar de sua casa, na esquina das vias Malvin Jones e Adalberto Zeilmann, que estão entre as mais afetadas. Em meados de junho, começou a torná-lo realidade. Faltavam apenas as janelas e mais alguns acabamentos. O material, que totaliza aproximadamente R$ 20 mil, nem terminou de ser pago.
A chuva veio, as águas dos rios subiram e o sonho de 10 anos foi abaixo em menos de dois dias. A casa foi arrastada. Ficou no meio da rua. Fogão, refrigerador, camas e bicicleta não puderam ser salvos.
- É a segunda vez que perco tudo. Mas estou com vida, consegui tirar o carro e as galinhas e trazer para cá - conta o aposentado, que é viúvo e pai de cinco filhos.
Agora, Oliveira está em uma pequena casa na Vila Militar, onde conversou com a reportagem. Juntará dinheiro mais uma vez. O sonho e a esperança continuam os mesmos.
