A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira uma chamada telefônica do recém-eleito presidente de Israel Reuven Rivlin. Na conversa, o chefe de estado israelense pediu desculpas pelas declarações do porta-voz de sua chancelaria em relação ao Brasil.
Yigal Palmor, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, criticou a postura do governo brasileiro de convocar o embaixador em Tel Aviv para consultas e a publicar duas notas, em uma semana, considerando inaceitável a escalada de violência entre Israel e Palestina. De acordo com o jornal The Jerusalem Post, Palmor classificou o Brasil como "um anão diplomático", crítica rebatida pelo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.
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Durante a ligação para Dilma, Rivlin esclareceu que as expressões usadas por esse funcionário não correspondem aos sentimentos da população em relação ao país. A presidente fez referência aos laços históricos que unem os dois países há várias décadas e também falou sobre o conflito na Faixa de Gaza. Rivlin afirmou que o país estava defendendo-se dos ataques com mísseis que seu território vinha sofrendo, enquanto a presidente afirmou que o governo brasileiro condena ataques a Israel, mas que condena, igualmente, o uso desproporcional da força em Gaza, que levou à morte centenas de civis.
Manifestando sua esperança sobre a continuidade do cessar-fogo e negociações que possam contribuir para uma solução definitiva de paz na região, Dilma ainda enfatizou que a crise atual não poderá servir de pretexto para qualquer manifestação de caráter racista, seja em relação aos israelenses, seja em relação aos palestinos.