
O ano nem acabou e o número de baleias-francas vistas no litoral gaúcho já superou o de 2013. Enquanto em todo o último ano foram vistos pouco mais de 100 animais, em 2014 a equipe do Projeto Baleias do Rio Grande do Sul, que monitora a passagem deles por aqui, já contabilizou 180 avistagens.
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No último registro, realizado na tarde de terça-feira em Cidreira, uma mãe e um filhote passaram próximos a uma plataforma instalada na praia. A passagem dos animais foi registrada em vídeo, que emocionou os biólogos do grupo. As imagens mostram a mãe nadando de barriga para cima, enquanto o filhote tenta subir nela.
- É um comportamento bastante típico das baleias-francas. Quando a mãe nada com as duas nadadeiras peitorais e vira de barriga para cima, é uma restrição para que o filhote não alcance as glândulas mamárias. Assim, o filhote fica tentando subir na barriga da mãe para mamar - explica a bióloga Greta Gastaldo de Castilhos, coordenadora do Baleias do Rio Grande do Sul.
Segundo a especialista, a imagem tocou a equipe do projeto por mostrar um momento de ternura entre mãe e filhote.
- Embora seja um momento de restrição à amamentação, é um ato que serve para estreitar o laço de afeto entre a mãe e o filhote, como uma brincadeira - acrescenta Greta.
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O filhote visto no vídeo, conforme a bióloga, tem de um a dois meses e só deve deixar de ser amamentado no próximo inverno. Nesta época, de acordo com Greta, os filhotes de baleias-francas engordam cerca de 50 quilos por dia por causa da amamentação, já que o leite das baleias possui 60% de gordura.
Grupo de baleias visto este ano deve voltar ao Estado em 2017
A explicação para o número de baleias vistas este ano no litoral gaúcho ter superado as avistagens de 2013 é que grupos diferentes visitaram o Estado. Conforme Greta, cada população de baleias-francas vem ao Rio Grande do Sul de três em três anos. Com isso, o grupo que está no Estado deve retornar ao litoral gaúcho em 2017.
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A bióloga ainda explica que as baleias-francas vêm para o litoral gaúcho para se reproduzir, parir e alimentar os filhotes. Em seguida, migram cerca de 3 mil quilômetros para se alimentar de pequenos camarões.
No final de junho, Imbé e a cidade uruguaia de Punta Del Este assinaram o Acordo Binacional da Rota da Baleia Franca. A ideia é desenvolver uma ferramenta de conservação marinho-costeira, com o objetivo de cooperação científica e fomento à educação ambiental. Participam do acordo a Organización para La Conservación de Cetáceos (OCC - Uruguai) e o Projeto Baleias Do Rio Grande do Sul.
* Zero Hora