Os meus leitores já devem saber que eclodiu aquele que já é considerado o maior escândalo político de todos os tempos e que a Polícia Federal apelidou de Operação Juízo Final. A PF prendeu anteontem 18 executivos de empresas brasileiras, muitos dos quais presidentes dessas empresas - além do diretor da Petrobras, Renato Duque -, acusados de pagar e exigir propinas para favorecer aquelas empresas em negócios da estatal.
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O montante da corrupção e dos negócios acertados é de bilhões e bilhões de reais. A Polícia Federal já tem elementos para provar que parte das propinas pagas foi destinada ao caixa do Partido dos Trabalhadores.
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"Nunca antes neste país" foram presos tantos empresários envolvidos em corrupção no governo.
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É evidente que há governantes atolados até o pescoço no envolvimento com esse escândalo. Se eles serão alcançados pelas investigações e punidos é outra coisa.
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Esses safados quebraram literalmente a Petrobras, cujas ações desceram em cotação nos últimos dias abaixo do rabicho do cachorro. A presidente Dilma Rousseff declarou ontem que "o Brasil nunca mais será o mesmo depois deste escândalo. Eu acho que esse escândalo vai mudar o Brasil para sempre". Se tivesse sido publicado esse escândalo dois dias antes da reeleição de Dilma, Aécio Neves teria sido o eleito. Será que esperaram a eleição para depois, só depois, divulgar o escândalo? Mas ainda bem que agora o publicaram.
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Também está atolado até o pescoço, com prisão decretada, o presidente da OAS, a empresa que construiu a Arena do Grêmio. Esse estádio está ficando maldito.
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Sobre esse escândalo insuperável em repercussão, tirei do Eclesiastes, um livro do Velho Testamento, a seguinte passagem: "Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há um tempo de nascer, e tempo de morrer. Há tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou". Pelo que vemos, vivemos o tempo de o PT e o governo colherem o que plantaram.
Opinião
Paulo Sant'ana: juízo final
O colunista escreve às segundas, quartas, sextas, sábados e domingos em ZH
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