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"Impeachment não é remédio para governo que a gente não gosta", diz Ciro Gomes

Ex-governador do Ceará participa em Porto Alegre da Convenção Estadual do PDT

Joana Colussi - Direto da Índia

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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Pedetista concedeu coletiva à imprensa na manhã deste sábado, na Capital

Em Porto Alegre para participar da convenção estadual do PDT, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes voltou a defender que o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff não tem fundamento técnico e nem jurídico. Pré-candidato do partido à Presidência da República, o pedetista afirmou que a presidente não cometeu crime de responsabilidade, somente pelo qual justificaria o processo instaurado.

- Impeachment não é remédio para governo que a gente não gosta. Temos de defender a democracia e formular alternativas para que o governo brasileiro volte a se comprometer-se com quem trabalha e produz - disse Gomes, em coletiva concedida à imprensa na manhã desta sábado, na sede do PDT, na Capital.

Para o político, um golpe nesse instante introduziria no Brasil uma instabilidade para mais 20 anos e agravaria a violencia na política. Gomes destacou que a interrupção da democracia não representará uma nova eleição para para devolver ao povo o direito de votar, mas sim um mandato nas mãos de Michel Temer, "parceiro íntimo do Eduardo Cunha".

- Essas escaramuças, de deputados trocarem tapas, são só os primeiros aperitivos do que acontecerá no Brasil se isso acontecer.

Sobre o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), que acatou o processo de impeachment contra Dilma, afirmou não ter dúvidas de que ele será cassado.

- Esse cidação será cassado e irá para a cadeia. Garanto isso pela experiência de 36 anos que tenho na política.

Gomes atribuiu ao "lado quadrilha do PMDB" esse e outros males que o Brasil tem sofrido nos últimos anos, referindo nominalmente à Cunha, Temer e ao ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha (PMDB). Na sexta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, o pedetista referiu-se ao político gaúcho como "Eliseu Quadrilha". No mesmo dia, Padilha defendeu-se afirmando que "ao contrário do que ocorre com ele, não tive nenhuma condenação criminal".

- Tive processos por dano moral. Perdi em um deles. Afirmei que o Serra não gostava de pobre, se fosse nordestino pior ainda. Um juiz me condenou por isso, mas por dano moral, não por crime - esclareceu.

Em jantar com a presidente Dilma na última quinta-feira, Gomes reafirmou o apoio à defesa da democracia, citando que as chamadas "pedaladas fiscais" não são consideradas crime de responsabilidade, muito menos para motivo de impeachment.

- A Dilma tem a seu favor a decência pessoal. Se aquilo que é o pretexto paraguaio para derrubá-la é uma formalidade legal, essa não será uma alegação de que ela é ladra. Vamos ser claros, ela não é corrupta, é uma pessoa honrada e limpa.

Sobre a possibilidade de concorrer à eleição presidencial em 2018, Gomes disse que seguirá a vontade do partido. Nesse instante, foi interrompido pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, sentado ao seu lado.

- É uma deliberação tomada já pela maioria. O nosso candidato será o Ciro Gomes - disse Lupi.

Momentos antes, o ex-governador do Ceará e ex-ministro, que já concorreu duas vezes à presidência da República, elogiou o atual partido, ao qual filiou-se neste ano

- Estou sendo tratado como amigo e irmão como talvez eu nunca tenha sido na minha trágica vida partidária.



Na noite de sexta-feira, Gomes participou de confraternização do PDT no Parque da Harmonia, onde vestiu um lenço vermelho gaúcho que ganhou do presidente estadual do partido, deputado federal Pompeo de Mattos.

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