
O casal Angelina Jolie e Brad Pitt está em guerra: ela dirigiu e produziu Invencível ( 2014), filme ainda em cartaz baseado na história verídica de um atleta olímpico norte- americano feito prisioneiro pelos japoneses durante a II Guerra; ele protagonizou e produziu Corações de Ferro (2014), sobre um grupo de soldados americanos que avança aos trancos e barrancos com um tanque pela Alemanha nazista, nos estertores do maior conflito bélico da história.
No longa que estreia na Capital, Pitt interpreta um sargento durão que mostra para um jovem soldado que o companheirismo e a vontade de sobreviver são os poucos valores que podem manter- se de pé em meio à violência inaudita do campo de batalha, capaz de destroçar os ideais mais virtuosos. Escrito e dirigido por David Ayer - de policiais como Dia de Treinamento ( 2001) e Marcados para Morrer ( 2012) -, Corações de Ferro situa-se nos últimos meses da II Guerra na Europa, em 1945. No comando de um tanque apelidado de Fury - título original do filme -, Don Collier ( Pitt) é o exemplo de liderança e bravura para o pelotão formado por Boyd ( Shia LaBeouf ), Trini ( Michael Peña) e Grady ( Jon Bernthal).
Junta-se à tropa o novato Norman (Logan Lerman), datilógrafo destinado a serviços de retaguarda que é jogado na cruenta linha de frente no território alemão, sem a experiência de seus companheiros - que lutaram juntos nas campanhas do Norte da África e da Normandia. Em meio à lama, mal equipados e conduzindo um tanque inferior aos poderosos blindados Tiger do inimigo, Collier e seus homens enfrentam a guerra total convocada por Hitler, que colocou mulheres e crianças na resistência contra o avanço dos Aliados e transformou o país em uma enorme trincheira de onde só se saía morto.
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Em Corações de Ferro, a guerra é suja e deplorável. As imagens cruas e sangrentas - que mereceram a classificação etária para 16 anos no Brasil - emprestam um realismo impactante à produção. Ainda que instigue no público a identificação com o quinteto protagonista, o filme desglamouriza a coragem e o heroísmo dos personagens, mostrando também as brutalidades cometidas pelos " mocinhos" - especialmente pelo militar encarnado por Pitt.
A tensa sequência em que os americanos estão sentados à mesa com duas alemãs em uma cidadezinha ocupada, quando a qualquer momento algo terrível parece que vai acontecer, é um exemplo de que em Corações de Ferro a destruição da guerra não é apenas física - é também emocional e moral.
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Confira o trailer: