
Uma fusão de jazz com rock tocado à toda velocidade, com as teclas do piano sendo massacradas por uma figura que já chutou o banquinho e agora toca em pé, como que possuída. Poderia ser Jerry Lee Lewis em seu auge, mas é a delicada Hiromi Uehara, pianista japonesa que se apresenta esta noite em Porto Alegre.
A cena descrita acima não é incomum nos concertos de Hiromi disponíveis na internet. Acompanhada ou sozinha, a pianista costuma chegar de mansinho no palco, mas transforma-se rapidamente em uma usina musical, fundindo rock, música clássica, bossa nova e vertentes do jazz.
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– Eu nunca tento misturar nada artificialmente – conta Hiromi, em entrevista por e-mail. – Eu escrevo música com meu coração e acontece de ela acabar incorporando vários gêneros. E quando eu escrevo, busco inspiração em diferentes coisas, desde uma paisagem bonita a uma bate-papo intrigante que tive com alguém, mas também uma florzinha que acabou de brotar na rua. A inspiração está em todo lugar.
Esse misto de talento e despretensão acompanha Hiromi desde a infância, quando começou a tocar piano aos seis anos influenciada por Erroll Garner e Oscar Peterson. Aos 14, apresentou-se com a Orquestra Filarmônica da República Checa e, três anos, depois dividiu um palco (e logo depois um estúdio) com Chick Corea, pianista americano que integrou uma das formações da lendária banda de Miles Davis.
Debutou em disco em 2003 com Another mind e seguiu alternando trabalhos com as bandas Sonicbloom e The Trio Project – com esta última, lançou seu mais recente álbum, Spark, em abril deste ano. Em 2011, faturou um Grammy participando do CD The Stanley Clarke Band, do guitarrista Stanley Clarke, na categoria melhor disco de jazz contemporâneo. No Brasil, Hiromi cumpre agenda de shows se apresentando, além de Porto Alegre, em São Paulo e Rio. Na Cidade Maravilhosa, aproveitou para saudar outro de seus ídolos, Tom Jobim, postando uma foto com a estátua do maestro na praia de Ipanema.
Para o espetáculo na capital gaúcha, Hiromi conta que se dedicará à canções que ficam melhor em um show levado apenas por piano, "meu primeiro e eterno amor", em suas palavras. Mas não adianta o repertório:
– Eu normalmente decido o set list no dia do show, depois de sentir a acústica da sala, as vibrações, enfim.
HIROMI
Quinta, às 21h. Duração: 90 minutos. Classificação: livre.
Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80).
O show: sozinha ao piano, a instrumentista japonesa apresentará obras de sua autoria, que unem vertentes da música clássica e do jazz.
Ingressos: R$ 200 (camarote e plateia baixa), R$ 160 (plateia alta) e R$ 50 (galerias e mezanino). Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante nos primeiros 100 ingressos e de 10% nos demais. Ponto de venda sem taxa de conveniência: bilheteria do Teatro do Bourbon Country. Pontos de venda com taxa de conveniência: Bourbon Shopping Novo Hamburgo, Agência Brocker Turismo (Gramado), Rua Coberta do Campus II da Universidade Feevale, Call Center (4003-1212) e pelo site www.ingressorapido.com.br.