
Nove dias depois de ser alvo de ofensas racistas por parte da torcida do Grêmio, o goleiro Aranha voltou a se pronunciar sobre o caso. Em entrevista coletiva após o Santos bater o Vitória por 3 a 1 no Pacaembu, o camisa 1 afirmou que perdoa Patrícia Moreira, torcedora flagrada chamando-o de macaco, mas recusou a proposta de encontrá-la. Além disso, o jogador disse que espera que ela seja julgada e pague pelas atitudes que teve.
- Estou desculpando ela, mas infelizmente, por um erro que cometeu, vai ter de pagar. Queriam que eu desse o perdão sem ela me pedir desculpas. Acompanhei todo o caso, os amigos dela mostraram que ela não é racista, mas ela sumiu, deletou perfis das redes sociais, não falou com ninguém. Demorou muito tempo para tomar uma atitude. Como cristão, como ser humano, precisava do pedido dela para desculpar. Isso não quer dizer que eu não quero que a justiça seja feita. Ela errou, tem as consequências - comentou.
MP punirá Geral em caso de repetição de cânticos racistas
"Ouvi dizerem macaco, nego, sujo", diz testemunha
Delegado deve contar com a ajuda de peritos para avaliar imagens da Arena
Aranha evitou falar sobre a punição recebida pelo Grêmio, que foi expulso da Copa do Brasil pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Ele, no entanto, acredita que isso pode ajudar a conscientizar a população quanto ao racismo.
O goleiro falou sobre toda a repercussão do caso e lamentou o fato de Patrícia ter sido vítima de ofensas nas redes sociais e até ameaçada fisicamente.
- Estou satisfeito com algumas coisas que aconteceram e um pouco chateado com outras. Estou satisfeito com a mobilização. Agradeço à imprensa por repassar todas as informações. Precisamos ter coragem para combater isso. Estou satisfeito com a reação das pessoas. Vi que muita gente não concorda com isso (racismo). Mas estou chateado pelo o que aconteceu com a casa da garota, que foi apedrejada. Ameaçaram ela, também. Não foi só ela. Um erro não justifica o outro e se queremos uma nação mais justa também temos que respeitar o próximo.
Em depoimento para a polícia, Patrícia afirmou que não quis injuriar diretamente o goleiro Aranha. Já Rossato desqualificou o xingamento de "macaco" em estádios de futebol como racista. E comparou a ofensa a chamar o árbitro de "filho da p...".
Veja a manifestação de Patricia Moreira:
* Lancepress