
Investigado no caso de injúria racial contra o goleiro Aranha, Rodrigo Rychter, 19 anos, voltou a prestar depoimento na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.
O torcedor, que aparece gritando atrás do gol em Grêmio x Santos, foi reinquirido para esclarecer o que teria dito no dia do jogo. Segundo seu advogado, Rychter apenas repetiu o que disse em seu primeiro depoimento, quando negou ter feito xingamentos racistas ao santista.
- Estamos bem tranquilos. Ele assistiu às imagens novamente para dizer qual era a conotação que tinha o que estava gritando ao goleiro. Era vaia - disse o advogado de Rychter, Eduardo Vieira.
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Antes de deixar a delegacia, o jovem, que disse não ter ido ao estádio depois de Grêmio x Santos, manteve as afirmações feitas da primeira vez que falou sobre o caso, de que gritava para Aranha "tocar o jogo". Ele afirma ter ouvido xingamentos racistas vindos de "pessoas desestabilizadas", mas acha que a confusão começou por causa da atitude do goleiro.
- Quando pediram para ele tocar a bola, ele ficou dizendo que o Grêmio já estava eliminado, que já estava fora (da Copa do Brasil). Quem começou a provocação foi ele - disse Rodrigo.
Nesta semana, outro investigado prestou seu segundo depoimento. Integrante da Geral do Grêmio, Fernando Ascal foi reinquirido pela polícia para esclarecer um "fato novo" surgido durante as investigações. Acompanhado de seu advogado, ele optou por falar apenas em juízo.
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Já a jovem Patrícia Moreira, flagrada gritando a palavra macaco em Grêmio x Santos, voltou a comentar o caso publicamente. Depois de se pronunciar na sexta-feira, pedindo desculpas a Aranha e ao Grêmio, a torcedora participou do programa Encontro com Fátima, da TV Globo. No ar, ela repetiu estar arrependida e disse que "quer abraçar" Aranha.
Pelo menos 10 pessoas, entre testemunhas e investigados, já foram ouvidas pela polícia. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias, mas o período poderá ser prorrogado caso ainda haja lacunas nas investigações.