Vice-presidente do Inter, Luiz Henrique Nuñez, que trata de marketing e de mídia, faz projeções otimistas sobre o futuro dos sócios colorados. Planeja alcançar 150 mil em dezembro. Espera atingir 200 mil no ano que vem
Acomodado numa mesa oval, na entrada da Redação de ZH, Luiz Henrique Nuñez, vice-presidente eleito do Inter, ensaia pequenas pausas, segundos de silêncio, a cada pergunta. Antes de falar, ele pensa. Reflete. Mira a escura câmera de TV desligada, cenário da longa entrevista na abafada manhã de sexta-feira.
Ele diz:
- O clube precisa do sócio, mas o associado deve entender que não pode viver apenas do futebol, do grande jogo, da cadeira numerada no Beira-Rio, do lugar privilegiado num estádio de Copa do Mundo. O Inter é mais do que o futebol ou dependente de um mero resultado, bom ou ruim. O sócio precisa pensar assim. Entender também o clube sem a paixão. Usar seu lado mais racional.
Gaúcho de Porto Alegre, 56 anos, empresário de sucesso, depois de 25 anos em Brasília, ele trocou de capital, refez suas raízes na terra natal e oferece agora todo o tempo do mundo ao seu clube do coração.
- O melhor é o jogo e o clima do estádio, não se discute, mas não cabem 130 mil torcedores no Beira-Rio. O torcedor nem sempre compreende. É preciso mudar a cultura. Entender que ao se associar, o clube vai oferecer uma série de benefícios, mas não é uma possível sequência de resultados ruins que acabará com a relação. O clube precisa oferecer mais. O Barcelona não diz que é "mais do que um clube". É por aí.
Conselheiro em quarto mandato, um dos líderes do ativo grupo Convergência Colorada, Nuñez é neto de um dirigente do ano da fundação do clube, em 1909, José Job de Oliveira.
Um tio-avô, Henrique Ripper Monteiro, foi presidente em 1923. O pai, Leonel Edmundo Carvalho de Oliveira, foi do Conselho Deliberativo durante quase três décadas e o chama de "meu vice-presidente". O próprio Nuñez foi jogador de basquete do Inter.
- Ajudei a trazer canecos para o Inter - ele brinca.
Taças é o que movem os fãs. Se os títulos voltarem, se a sequência de bons resultados motivarem ainda mais a torcida, Nuñez prevê números impactantes.
- Hoje temos 130 mil. Cerca de 106 mil estão em dia, mas 24 mil não pagam. Estamos tentando recuperá-los. A fidelização é fundamental. Caso o cenário seja favorável, encostaremos nos 150 mil em dezembro, no final do primeiro ano da nova gestão. Acredito em 200 mil em 2016. Mas não é o número final. Queremos muito mais, até porque não sei o limite do Inter. Quando o clube completou um século, em 2009, a meta era alcançar 100 mil. Conseguiu. Agora, o número é outro e muito mais expressivo.
O tíquete médio do sócio é de R$ 40. A arrecadação em 2015 vai superar os R$ 70 milhões.
- O Inter é referência em captação de sócios. Quando alguém toca no assunto, lembra do Inter. O discurso é o mesmo de um treinador. Todos nós jogamos juntos, todos ganhamos. Associação é união. O desafio é fazer o colorado entender que precisa estar com o clube. Não há ninguém mais próximo do que o sócio. As direções passam, o sócio fica.
Atingir 200 mil é meta. Decisão.
- Qual o limite do Inter? Eu não sei. Você sabe? Não. O torcedor é que vai apontar - ele encerra.
Nuñez sonha. Mas planeja.
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