
O Internacional sempre soube ler o cenário social e cultural no qual está inserido. Antecipou-se na quebra do racismo, no ingresso do profissionalismo, na abertura dos seus quadros associativos.
O futebol nacional está perdendo o brilho pela disputa global. Jovens ostentam camisetas e símbolos de clubes europeus.
Enquanto isso, de forma pouco criativa, imitamos o teatro do primeiro mundo, como se pudéssemos copiar o futebol regado pela fortuna do capital internacional. Atletas decadentes não podem ser repatriados a peso de ouro, sendo imperativo investir, de forma criativa, na base.
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Em um passado recente, as parcerias com patrocinadores alienígenas transformariam os clubes brasileiros em oásis de prosperidade, quando, em realidade, significaram a sua quebra, pela irresponsabilidade fiscal e financeira instalada a partir de um fundo falso.
Alguns, naquela época, acreditaram que a saída seria investir no apaixonado torcedor colorado, transformando-o em sócio, partícipe da vida e fonte de custeio do clube. Não se olvida a necessidade de explorar a marca e vislumbrar o futebol como espetáculo, transformando o estádio em uma fonte do mercado de entretenimento.
Exigências compreensíveis que, entretanto, não podem significar a exclusão da paixão de milhares de pessoas. Aquilo que, na Europa, se faz com a fortuna de um único dono e investidor, talvez, por lá, não tenha significado a exclusão. Contudo, aqui, está sendo, de forma sectária, o descarte da força da paixão popular.
Houve quem duvidasse do emblemático sonho dos 100 mil sócios no centenário do clube. Agora, o desafio é alcançar a marca dos 200 mil sócios. E, para tanto, será imprescindível incluir os que estão sendo alijados.
A ideia do sócio popular resgatará nossas origens e revigorará o Internacional. Se bem trabalhada, dará vida ao Estádio Beira Rio, trazendo importantes fontes de receita para o clube. Proposta que transita de um escaninho para outro, em alto estilo de uma burocracia travada pela mente conservadora de alguns poucos. Allways Giant é importante e serve para internacionalizar a marca. Mas nada diz com o orgulho Colorado.
Presidente: o nosso passado é motivo de festa em nossos corações. Permita que o Brasil inteiro vibre com o Clube do Povo do Rio Grande do Sul.
*ZHESPORTES