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A vitória do Inter com ares épicos sobre o Coritiba teve como principal efeito devolver a esperança de que escaparemos do rebaixamento.
Sim, porque até então parecia que o caminho para a Série B estava trilhado. Era derrota em casa para adversário direto (Vitória), perda de pênalti no último lance (São Paulo), gols sofridos nos instantes finais (Sport e América-MG), sequência histórica de derrotas e mais um mar de eventos que deixava a todos sem fé. Parecia que nada do que se fazia dava certo. Nem mesmo convocar o maior dirigente da história moderna do Inter, Fernando Carvalho, nem chamar o especialista em dar solidez defensiva aos times, Celso Roth, nem encher o Beira-Rio, nada adiantava.
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Pois tudo parece ter mudado na quinta-feira. Se escaparmos da Série B, esta partida vai ficar marcada como o momento da virada. Estamos vivos graças às mãos salvadoras de Danilo Fernandes, ao chute decisivo de Vitinho, à luta do time inteiro e à participação comovedora dos colorados presentes no Beira-Rio que cantaram e apoiaram como nunca.
Mas foi só o primeiro passo. Teremos pela frente nove decisões e cada ponto vai ser conquistado com a mesma dose de drama. O jogo de quinta foi a deixa para que os colorados se submetam a revisões cardiológicas nos próximos dias. Vai ser assim até o final. Estamos longe de escaparmos ainda.
Esta semana, enfrentaremos dois adversários superiores a Figueirense e Coritiba, o que deverá trazer ainda mais dificuldades. Já diante do Botafogo, será uma nova guerra. Os cariocas lutam por vaga na Libertadores e estarão tão mobilizados quanto nós. E diante do Flamengo, teremos um adversário que briga pelo título. O esforço precisará ser redobrado.
Taticamente, o time parece que foi encontrado, com alguns ajustes pela frente. O companheiro de Dourado, na contenção, ainda está em aberto, depois da lesão de Fernando Bob. Fabinho parece ter mais aptidão para a marcação do que Eduardo Henrique. Uma saída com mais velocidade na linha de três meias também é importante, principalmente fora de casa, talvez com o ingresso de Valdívia ou Sasha na vaga de Alex ou Seijas.
O principal, porém, é que todos sigam com o mesmo grau de mobilização e foco. E quando se fala em todos é todos mesmo. Jogadores, direção e torcida. A corda precisa estar esticada até o fim. A luta está só começando.
*ZHESPORTES