Depois que os filhos crescem e vão formar suas próprias famílias, o casal percebe que a casa ficou grande e se pergunta se não seria hora de se mudar. Quem nunca ouviu indagações desse tipo entre parentes ou amigos? Muitas vezes, a opção é trocar quantidade por qualidade: vende-se uma casa espaçosa para comprar uma cobertura nova em um bairro nobre. Para dar conta desse projeto, o caminho é um novo financiamento para cobrir a diferença.
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Rumo dos preços angustia quem comprar a casa própria
Parece um passo simples para quem já possui um imóvel, mas não é. Trocar de casa exige cuidados diferentes daqueles que devem ser observados ao fazer a primeira compra. Casais mais velhos têm menos chance de aumentar a renda e devem perseguir tabelas regressivas no financiamento, quando o valor da parcela vai caindo ao longo do tempo. Se ainda não são aposentados, estão próximos da aposentadoria, ocasião em que a renda diminui. Além disso, os bancos colocam um limite de idade para quitar o imóvel - a lei permite até os 80 anos e seis meses -, o que pode reduzir o prazo e aumentar o tamanho da parcela.
- A melhor alternativa nesses casos pode ser comprar um imóvel um pouco mais barato e investir a diferença para tirar o rendimento - explica o consultor financeiro Álvaro Modernell.
Muitas vezes, a decisão de trocar de imóvel ocorre antes, e com objetivo inverso: ganhar espaço. Os filhos começam a crescer, a frequentar a escola e surge a necessidade de viver em um imóvel mais amplo e perto de tudo, com mais facilidades de deslocamento. Evidentemente, não sai barato, e a conta irá coincidir com um gradativo aumento no custo de vida da família, com plano de saúde, faculdade e férias, por exemplo.
- É preciso fazer uma simulação de todos os custos do novo imóvel e projetar qual será sua renda nos próximos anos para avaliar se a mudança cabe no bolso - afirma o consultor financeiro Mauro Calil.
Cinco dicas para financiar a casa nova
-Para facilitar o processo de compra, é possível entrar com o pedido de financiamento no banco antes de encontrar o imóvel que procura, recebendo uma carta de crédito.
-O salto dos preços dos imóveis nos últimos anos restringiu o uso do FGTS. No Estado, só é possível usar o FGTS em imóveis de até R$ 650 mil.
-O custo total do financiamento pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), em que as prestações começam mais altas e vão diminuindo, pode ser 15% inferior ao da Tabela Price, na qual o valor da parcela se mantém estável.
-Além dos juros, outros fatores afetam o custo do financiamento, como o seguro contra danos físicos, morte ou invalidez permanente do mutuário, que são obrigatórios. Antes de assinar o contrato, informe-se sempre sobre a taxa de juro efetiva da operação.
-Na hora de avaliar o comprometimento de renda do candidato a um financiamento, os bancos podem considerar outras operações de crédito que estejam em aberto, como a prestação do carro e de bens de consumo incluídos no cadastro único do Banco Central.
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