Relatório final do inquérito da Polícia Civil indica que ativistas supostamente planejavam um ataque com bombas de fragmentação, coquetéis molotov e ouriços para a final da Copa do Mundo, no dia 13 de julho, no estádio Maracanã. De acordo com o jornal O Globo, o ato estaria sendo preparado para marcar o "Junho Negro", mas não teria ocorrido devido a interceptações da polícia, que apreendeu diversos artefatos que seriam utilizados pelo grupo.
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A investigação se iniciou em setembro deste ano, com o monitoramento de telefonemas e e-mails. Trinta e oito testemunhas depuseram na chamada "Operação Firewall", sendo que 11 eram ex-integrantes do grupo. Os relatos dos dissidentes ajudaram a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) a chegar ao organograma da quadrilha, que responde na Justiça por associação criminosa, cuja pena vai de um ano a três anos de prisão, mas pode ser aumentada com os agravantes.
De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, entre os líderes do grupo estavam Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, e uma professora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade do Estado do Rio (Uerj). Ela seria responsável por definir os trajetos das manifestações, realizar o contato com os sindicatos e confeccionar explosivos que o grupo utilizaria em suas ações.
Em uma escuta telefônica do dia 28 de junho, obtida pelo jornal O Globo, Camila se mostra revoltada com a apreensão de 178 ouriços e 20 bombas pela polícia. Os artefatos estavam escondidos dentro de uma bolsa em uma área de vegetação da Praça Saens Peña, no bairro da Tijuca, no Rio. O material seria usado em um protesto naquela tarde.
- Foram três dias de trabalho jogados fora. Perdemos tudo, é isso? - pergunta indignada a professora de filosofia ao interlocutor.
Dezoito dos 23 ativistas denunciados à Justiça estão foragidos
A Delegacia de Repressão contra Crimes de Informática da Polícia Civil fluminense ainda procura 18 dos 23 ativistas acusados de atos violentos em protestos no Rio de Janeiro. Eles foram denunciados à Justiça na última sexta-feira e tiveram prisão preventiva decretada por associação criminosa.
Também foram denunciadas cinco pessoas que já estão presas. Fabio Raposo Barbosa e Caio Silva Rangel já estavam presos desde o primeiro semestre, acusados de acender o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade. Já Elisa De Quadros Pinto Sanzi, Camila Aparecida Rodrigues Jourdan e Igor Pereira D'Icarahy foram presos no último dia 12.
Neste domingo, o desembargador Flávio Horta Fernandes, do Plantão Judiciário, negou pedidos de habeas corpus para os 23 denunciados. Dos 18 foragidos, 11 foram presos no dia 12 de junho, mas libertados no dia 17, porque a prisão temporária não foi prorrogada. Outros sete estão foragidos desde o dia 12.
* Zero Hora, com agências
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