
Os agentes da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) estão recolhendo pistas para traçar o perfil da quadrilha que tentou assaltar um carro-forte da Prosegur na manhã de sexta-feira no bairro Bom Fim, um dos mais populosos e tradicionais de Porto Alegre. Pelo menos seis criminosos investiram contra seguranças da empresa, que transportavam malotes para o supermercado Zaffari às 8h45min. No acesso ao estacionamento, houve um tiroteio. Segundo o delegado Abílio Pereira, da 10ª DP, mais de 100 tiros foram trocados.
Um dos vigias, identificado como Jeferson Conrad, foi atingido no joelho e no pé. Atendido no Hospital de Pronto Socorro, ele não corre risco de vida. Os criminosos conseguiram fugir, e não há certeza se utilizaram um ou dois veículos. Um Focus prata, roubado em Canoas no dia 22 de setembro, foi abandonado minutos após o tiroteio na rua Tomaz Flores. Em um dos vidros havia marca de disparo.
O delegado Joel Wagner, titular da Delegacia de Roubos, salienta que traçar o perfil dos criminosos é "meio caminho" para identificá-los. Para isso, ele mostrou para os vigilantes do carro-forte e testemunhas algumas fotos de foragidos especializados nesse tipo de crime. O segundo passo é examinar a estratégia usada pela quadrilha.
Assaltantes abandonam carro próximo ao local do crime
"Ele está bem, mas não lembra o que aconteceu", diz mulher de vigilante
Tentativa de assalto no bairro Bom Fim teve mais de cem tiros
- Eles seguiram à risca o roteiro e fizeram um levantamento prévio da rotina da chegada dos malotes. Escolheram o momento em que a segurança estaria mais vulnerável, que é quando os vigilantes saem do carro-forte carregando o dinheiro. Pelas informações que temos, eles atacaram de surpresa e não contavam com a reação dos vigias. Isso os surpreendeu - diz Joel Wagner.
Rota de fuga
A polícia também tenta entender como os criminosos conseguiram fugir tão rapidamente, já que o bairro estava muito movimentado.
- Até aqui, eu só posso concluir que estamos tratando com bandidos que sabem o que estão fazendo. Isso é o máximo que podemos afirmar - falou Wagner.
Outro fato que revela que os criminosos são pessoas que entendem de ataques a carro-forte é o tipo de armamento usados: dois fuzis - um calibre 7.62 e outro 55.6. O trabalho dos técnicos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), como a identificação de digitais nas cápsulas expelidas pelas armas, deverá ajudar o trabalho dos agentes da Delegcia de Roubos na formação do perfil da quadrilha.
No final da manhã, agentes da Polícia Federal (PF) foram conversar com o delegado Wagner. Há uma estreita colaboração entre a Roubos e a PF. A troca de informação acontece porque os federais são responsáveis pela investigação dos ataques à Caixa Federal e ao Banco do Brasil, que geralmente são feitas pelas mesma quadrilhas que atacam outros bancos.
Confira imagens do local do tiroteio:
Veja em que ponto do Bom Fim ocorreu a troca de tiros: