Geral

CPI mista

Deputado gaúcho recorre ao MPF contra presidente da Petrobras

Onyx Lorenzoni (DEM) afirma que Graça Foster "mentiu, omitiu e escondeu informações" sobre pagamento de propina

Viola Junior / Câmara dos Deputados
Onyx Lorenzoni (DEM) faz parte de comissão externa que investiga a Petrobras

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) anunciou nesta quarta-feira, em depoimento à CPI mista da Petrobras, que apresentou ao Ministério Público Federal (MPF), em Brasília, uma queixa-crime contra a presidente da estatal, Maria das Graças Foster.

Os oposicionistas, que cobram a demissão da presidente da Petrobras, acusam Graça de ter mentido à comissão em junho ao dizer, na ocasião, que não teria sido informada sobre as descobertas do Ministério Público holandês de que funcionários da petrolífera brasileira haviam recebido propina da SBM Offshore.

No dia 17 deste mês, a Petrobras admitiu que "empregados ou ex-empregados" da estatal receberam propina da empresa holandesa SBM Offshore, responsável pelo aluguel de embarcações para a petroleira.

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Segundo a presidente da estatal, Graça Foster, desde maio a companhia foi informada pela empresa holandesa do pagamento de propina. A executiva afirmou que "imediatamente" suspendeu a participação da fornecedora em licitações.

A queixa-crime de Onyx foi encaminhada ao procurador da República Marcus Marcelus Gonzaga Goulart, chefe da Procuradoria da República no Distrito Federal.

- Não é admissível que uma presidente de uma companhia desse porte venha ao Congresso Nacional e minta, omita e esconda informações vitais. Se ela foi capaz de fazer isso para o Congresso Nacional, o que mais pode fazer? - questionou o deputado gaúcho.

O parlamentar defendeu que seja realizada uma sessão para aprovar a convocação do empresário Julio Faerman, suspeito de ter dado propinas a funcionários da companhia para obter contratos bilionários de locação para a SBM. Onyx disse também que é preciso analisar a quebra de sigilo bancário de Faerman ou de suas empresas.

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Onyx Lorenzoni e o deputado e senador eleito Ronaldo Caiado (DEM-GO) criticaram o fato de a comissão ter marcado para esta tarde o depoimento da diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard.

Segundo eles, a iniciativa tem por objetivo retirar o foco das acusações de desvios de corrupção que envolvem a Petrobras.

- Nós estamos vendo esta manobra que o governo está praticando para levar a CPI para ser quase inconclusa ao final da legislatura - afirmou Caiado.

Dilma e Lula

Caiado cobrou a realização de uma sessão de votação de requerimentos na próxima terça-feira a fim de tentar chamar a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor.

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No caso de Dilma, trata-se de um convite (sob o qual ela poderá se recusar a comparecer, mesmo se o pedido for aprovado). A intenção é que ela explique o teor da reportagem da revista VEJA. O material aponta que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa teria informado Dilma em 2009 sobre irregularidades em obras da companhia. À época, a presidente era ministra-chefe da Casa Civil.

Pelos mesmos fatos, Caiado defende a aprovação de uma convocação de Lula. Se for aprovada a convocação, ele terá obrigatoriamente de comparecer. A comissão já tem outros pedidos para ouvir Lula e Dilma, não apreciados até o momento.

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