
Em reunião com centrais sindicais nesta terça-feira, o presidente da Assembleia, Gilmar Sossella (PDT), propôs um acordo entre os representantes dos trabalhadores e das entidades empresariais sobre o índice de reajuste do piso. Segundo o pedetista, como há dúvidas a respeito da legalidade do aumento de 16% - uma lei complementar federal vedaria alterações no mínimo estadual no segundo semestre de anos eleitorais - e o projeto deverá ir ao plenário sem parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), um acordo poderia evitar questionamentos posteriores na Justiça.
- Por que não trabalhar com um índice intermediário? Seria um avanço, na minha opinião, para ter um acordo. A tendência é que se vote, mas podem questionar a legalidade depois.
Assembleia estuda devolver projeto de reajuste do piso regional ao Piratini
Procurador questiona legalidade de aumento do mínimo regional
As entidades empresariais, que não concordam com o índice proposto e defendem a extinção do mínimo, já disseram que estudam a possibilidade de ingressar na Justiça contra o reajuste, caso a proposta seja aprovada. A expectativa é que o projeto, que tramita em regime de urgência, seja votado a partir de 11 de dezembro, quando começa a trancar a pauta.
Uma comitiva de cerca de 20 representantes de sindicatos de trabalhadores esteve reunida com Sossella. Depois, o grupo conversou com o presidente da CCJ, deputado Heitor Schuch (PSB), que garantiu apoio do seu partido à proposta. Presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, disse que as entidades estão abertas ao diálogo, mas que não irão abrir mão do reajuste de 16%.
- Não somos contrários ao diálogo. Desde que o mínimo regional foi criado, tentamos dialogar com as entidades empresariais, mas elas sempre foram favoráveis à extinção do piso, e isso, para nós, está fora de cogitação.