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A Justiça de Santa Catarina negou, nesta terça-feira, o pedido de habeas corpus para cinco presos na Operação Ave de Rapina, deflagrada pela Polícia Federal há 20 dias. Entre eles está o empresário gaúcho Eliseu Kopp, proprietário da Kopp Tecnologia.
Com a negativa, Eliseu permanecer detido preventivamente no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Os nomes dos demais presos não foram revelados, sob alegação de que o caso está em segredo de Justiça e de que a Promotoria ainda não apresentou denúncia.
A Kopp, com sede em Vera Cruz e que fabrica controladores de velocidade, é uma das principais investigadas em um esquema que teria fraudado contratos e licitações da prefeitura de Florianópolis, com um prejuízo calculado em torno de R$ 30 milhões. A Operação Ave de Rapina cumpriu 38 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão no dia 12 de novembro.
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O pedido de liminar para que o dono da Kopp responda em liberdade foi impetrado pelo advogado Ezequiel Vetoretti, o mesmo que atua na defesa de Leandro Boldrini, suspeito de matar o filho Bernardo. Segundo o relatório sobre o caso Ave de Rapina, Vetoretti alegou, entre outros motivos, "não haver justificativa acerca da necessidade de garantia da ordem pública, por não subsistirem elementos concretos que vinculem o paciente aos crimes praticados pela organização criminosa" e que Eliseu "possui família constituída, emprego lícito, e residência fixa".
De acordo com a desembargadora Marli Mosimann Vargas, relatora do caso, ela e outros dois colegas decidiram indeferir, por unanimidade, o habeas corpus do dono da Kopp. Entre as justificativas apontadas na decisão estão "risco à segurança de testemunhas, indicativos de reiteração de atividades delituosas e ocultação/destruição de documentos".
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Em 2011, uma apuração de indícios de direcionamento de editais envolvendo oito empresas também incluía a Kopp. Dois anos depois, baseado em ação civil pública de 2001, Eliseu e políticos ligados à prefeitura de Sapucaia do Sul foram condenados por improbidade administrativa por direcionamento de licitação.
Entre os presos em Santa Catarina estão o presidente da Fundação Cultural Franklin Cascaes (FCFFC), João Augusto Freyesleben Valle Pereira, o ex-comandante da Guarda Municipal de Florianópolis, Jean Carlos Viana Cardoso, e o ex-diretor de operações do IPUF, Júlio Pereira Machado.
Em setembro, Cardoso e Machado foram flagrados pela Polícia Rodoviária Federal com quase R$ 100 mil e propaganda eleitoral quando se deslocavam de Porto Alegre para Florianópolis. Na época, eles contaram que estiveram na empresa Kopp, responsável por prestar serviços de fiscalização eletrônica de trânsito em Florianópolis.
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