
O advogado do presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, entrou com pedido de liberdade na segunda instância da Justiça Federal, em Porto Alegre. Azevedo foi um dos presos nesta sexta-feira na 14ª fase da Operação Lava-Jato, por determinação do juiz Sérgio Moro.
O pedido de habeas corpus foi encaminhado para o desembargador João Pedro Gerbran Neto, que rejeitou a maioria dos pedidos de liberdade feitos por presos em outras fases da Operação Lava-Jato.
A advogada do grupo Odebrecht e da Construtora Norberto Odebrecht (CNO), Dora Cavalcanti, afirmou que também vai entrar com pedido de habeas corpus para os executivos Marcelo Odebrecht, Márcio Faria, Alexandrino Alencar e Rogério Araújo.
Quem são os executivos de empreiteiras presos na nova fase da Lava-Jato
A 14ª fase deflagrada nesta sexta investiga as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Segundo as investigações, as empresas lideravam o cartel que superfaturava contratos da Petrobras.
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, diferentemente das demais investigadas, as duas empresas usavam um esquema mais sofisticado de pagamento de propina a agentes públicos e políticos.
MPF diz que Odebrecht e Andrade Gutierrez eram mais sofisticadas na corrupção
Empreiteiras dizem que colaboram com as investigações
O dinheiro era entregue por meio de contas no exterior, o que exigiu maior aprofundamento das investigações, antes do pedido de prisão dos diretores das empresas.
Após a prisão de seu dirigente, a Andrade Gutierrez disse que não tem relação com os fatos investigados na Lava-Jato.
"A empresa informa que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível", diz comunicado da empresa.
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A advogada do grupo Odebrecht classificou as prisões dos seus clientes como "absolutamente desnecessárias e ilegais" e afirmou que a Odebrecht atendeu todas as intimações do juiz Sérgio Moro.
- As medidas de busca e apreensão e, sobretudo, as medidas de prisão cumpridas na data de hoje são absolutamente desnecessárias e, exatamente por isso, ilegais. O Supremo Tribunal Federal já teve a oportunidade de reiterar, no âmbito da Operação Lava-Jato, tratando dos mesmos pressupostos, que a prisão preventiva é uma medida de exceção e não deve ser convertida em uma antecipação de pena - afirmou a advogada.
Dora disse ainda que os executivos sempre colaboraram com as investigações e que não há nada que sugira a necessidade "de uma medida de força como a que foi duramente imposta hoje".
- Havia alguma notícia de que alguém procurava fugir, de que alguém destruiu prova? - questionou. - A situação aqui é o oposto disso. Todos os executivos que hoje se encontram presos já prestaram depoimento - acrescentou em pronunciamento há pouco no qual a imprensa não pôde fazer perguntas.
Segundo a advogada, a Odebrecht possui um dos "mais rigorosos códigos de conduta" do País e já havia uma investigação interna em curso "há vários meses". - Não há fato novo e isso é fundamental. A decisão congrega uma série de elementos de diversos inquéritos em curso - disse, destacando que muitos já foram esclarecidos em depoimentos.
Entenda o que ocorreu em cada fase da Operação Lava-Jato
Os fatos que marcaram a operação:
*Agência Brasil e Estadão Conteúdo