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Um levantamento realizado pelo Instituto Datafolha aponta que 85% dos manifestantes que participaram no protesto na Avenida Paulista, em São Paulo, defendem a renúncia de Dilma Rousseff. O instituto calculou que 135 mil pessoas participaram do ato, enquanto a Polícia Militar daquele Estado estimou 350 mil manifestantes. Os organizadores da marcha estimaram a presença de 1 milhão de pessoas no protesto.
Conforme o jornal Folha de São Paulo, esta foi a primeira vez que o Datafolha pesquisou especificamente a possibilidade de a presidente renunciar ao cargo. Entre os participantes da manifestação na Paulista, 82% também responderam que Dilma deveria ser afastada após sofrer um processo de impeachment, enquanto 15% opinaram que a petista não deveria sofrer o impedimento e 2% não souberam responder.
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A parcela de manifestantes que tem certeza de que Dilma será afastada do poder, contudo, fica abaixo da metade - 49% afirmam que ela realmente deixará o cargo, enquanto 44% não acreditam nessa hipótese e 7% não souberam responder.
Entre os participantes da marcha na capital paulista, o governo Dilma foi avaliado como ruim ou péssimo por 95%. Outros 4% dos entrevistados consideraram a gestão petista regular e 1% classificaram como bom ou ótimo. No último dia 6, o Datafolha divulgou uma pesquisa apontando que o índice de reprovação da presidente no Brasil chegou a 71% - a maior marca desde o início da série histórica do Instituto, superando a taxa de 68% atingida por Fernando Collor de Mello, em setembro de 1992.
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O Datafolha também perguntou aos entrevistados o que ocorreria em caso de impeachment de Dilma - 69% acertaram a resposta ao dizer que "Michel Temer" e "o vice-presidente" assumiriam a presidência. Entre as afirmações incorretas, 6% afirmaram que seriam realizadas novas eleições, 4% disseram que o senador Aécio Neves (PSDB) assumiria o cargo e 2% indicaram o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A tomado do poder pelo Exército foi apontada por apenas 1% dos manifestantes.
O instituto avaliou ainda a parcela de votos em uma eleição hipotética, no caso de a chapa de Dilma e Temer ser cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral. O candidato do PSDB à presidência em 2014, Aécio Neves, seria escolhido por 67% dos entrevistados.
O Datafolha realizou 1.335 entrevistas, entre 12h e 18h deste domingo, na Avenida Paulista. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
* Zero Hora