Eduardo Cunha: o executivo Julio Camargo (consultor da construtora Toyo-Settal e um dos 15 delatores que colaboram com a Operação Lava-Jato) diz que subornou com US$ 5 milhões o presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O dinheiro teria sido usado para abafar uma investigação que os parlamentares fariam sobre a Toyo e contratos ganhos mediante corrupção na Petrobras.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pretende apresentar nesta quinta-feira as primeiras denúncias contra políticos com foro privilegiado investigados na Operação Lava-Jato.
As denúncias que serão enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) devem tratar do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Ciro Nogueira (PP-PI), suspeitos de participação no esquema de corrupção da Petrobras.
Os três parlamentares refutam as suspeitas. Existia a expectativa de que a PGR apresentasse as denúncias nesta quarta-feira, porém equipe do procurador-geral Rodrigo Janot, que passou revisando as peças, preferiu adiar o envio ao STF por questões burocráticas.
Cunha, Collor e Ciro estão entre os 54 parlamentares que tiveram inquéritos abertos pela PGR em março deste ano, a partir de revelações da Lava-Jato, ação da Polícia Federal e Ministério Público Federal contra corrupção na estatal de petróleo. Grande parte desses investigados também será denunciada nos próximos dias.
Confira aqui o principal teor das suspeitas:
Fernando Collor de Mello: é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões de propina em um negócio envolvendo a BR Distribuidora. A informação partiu do doleiro Alberto Youssef, delator da Lava-Jato, que teria repassado o dinheiro em diversas etapas.
Ciro Nogueira: presidente do Partido Progressista, embasa em delações tanto de Alberto Youssef como de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, ligado ao PP. Eles dizem que o senador do Piauí assumiu a liderança do PP numa rebelião contra o ex-ministro Mário Negromonte e que passou a exigir os repasses de propina oriundos da Petrobras.