
Principal alvo da 24ª fase da Operação Lava-Jato deflagrada nesta sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminou o dia discursando para centenas de militantes em São Paulo. Mais do que se defender das acusações de suposta corrupção envolvendo a Petrobras, Lula falou da sua trajetória política, das transformações que promoveu no país e dos ataques sofridos pela presidente Dilma Rousseff – e chorou ao lembrar de cenas da sua vida, como quando pisou no Palácio do Planalto pela primeira vez.
– Eu que achava que a elite tinha preconceito contra nordestino e analfabeto como eu, mas vi que muito mais grave é o preconceito contra a mulher – afirmou o petista, em referência a Dilma. – Foi a eleição mais difícil da história. Nunca vi uma pessoa ser tão agredida.
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Diante da militância, defendeu, ainda, pobres, negros e sertanejos e ressaltou os programas de seu governo que beneficiaram essas categorias.
– Fico ofendido com o complexo de vira-latas que tem a nossa elite – disse, sendo aplaudido pelo público. –Eu virei o melhor presidente da República que esse país já teve. Passei a ser o melhor presidente do século 21 no mundo inteiro – afirmou.
Alvo de condução coercitiva no início da manhã em sua casa, em São Bernardo do Campo, Lula deu depoimento à Polícia Federal no aeroporto de Congonhas. Após, seguiu para a sede do PT, onde fez um pronunciamento oficial. O líder petista chegou ao Sindicato dos Bancários, no centro da capital paulista, por volta de 20h15min, após deixar o seu apartamento em São Bernardo do Campo.
Centenas de militantes do PT participam do evento. Os discursos de lideranças estimulam a militância a ir para a rua defender o ex-presidente. Um deles foi o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que estava ao lado de Lula na manifestação:
– Foi um golpe no estado democrático de direito – disse Haddad sobre a condução coercitiva de Lula.
O discurso durou mais de uma hora. Após, os militantes continuaram o protesto, saudando o ex-presidente.