
Defensora da causa animal, a estudante de Direito morta em São Leopoldo na madrugada desta terça-feira morava com a companheira e com a avó de 83 anos, de quem cuidava, em Canoas. Yeda Anahaia Aguete da Rocha, 33 anos, é descrita pelo irmão Teylor Zortika, 21 anos, como estudiosa e trabalhadora, sempre preocupada com os animais.
– Era uma pessoa muito boa. Recolhia os bichos da rua, cuidava dos animais doentes. Tanto que tinha cinco gatos e dois cachorros – disse, ao contar que Yeda não tinha filhos e estava desempregada atualmente.
Leia mais
Bandidos rendem funcionários e assaltam banco em Porto Alegre
ONU pede investigação "imediata" sobre presídio de Manaus
Moraes afirma que massacre em Manaus não pode ser explicado apenas por guerra entre facções
No Facebook, sua companheira utilizou a conta de Yeda para comunicar os amigos sobre a morte da estudante.
"É com muita dor e aperto no coração que comunico a todos os amigos e familiares que a Yeda faleceu. Vítima de um assalto, ela reagiu. Sei que parece mentira, mas não é", escreveu.
Segundo o titular da Delegacia de Homicídios de São Leopoldo, delegado Vinícius do Vale, todas as possibilidades estão sendo investigadas, dada a brutalidade como Yeda foi assassinada.
– Queremos entender o que ela estava fazendo em São Leopoldo. Se veio por conta própria ou se foi trazida para cá – disse o delegado.
Yeda foi encontrada morta por volta da 1h20min, dentro do seu carro – um Corsa prata –, com um tiro à queima-roupa disparado no rosto e facadas desferidas no pescoço, no tórax e nos braços. O veículo estava na Rua Lindomar de Borba, no bairro São Miguel, em São Leopoldo, local dominado pelo tráfico de drogas. Quando a Brigada Militar chegou, acionada por moradores, encontrou a vítima já morta sentada no banco do motorista. O veículo estava com faróis acesos e a chave na ignição. A motivação do crime ainda não está clara, mas latrocínio (roubo com morte) mostra-se como uma das hipóteses mais frágeis para a polícia, já que, aparentemente, nada foi levado.
– Temos que esperar os laudos periciais para dar uma direção à investigação. Mas já estamos montando o histórico familiar dela para resolver essa questão o mais rápido possível – disse o delegado.