
Descrita pelos amigos como uma menina quieta, Marta Avelhaneda Gonçalves era uma adolescente tímida. Era avessa a selfies, não fazia questão de mostrar todo o rosto em fotos de redes sociais. Filha de pais separados, morou a vida toda no bairro Sarandi, em Porto Alegre, com a mãe e a irmã mais velha. Em dezembro, mudou-se com a mãe, que casou de novo, para o bairro Parque da Matriz, em Cachoeirinha.
Antes da transferência para a Escola Estadual Luiz de Camões, na nova cidade, estudou na Escola Estadual Cristóvão Colombo, no bairro Sarandi.
– Ela não era uma menina que saía muito, a mãe não deixava. Desde que se mudou para Cachoeirinha sentia falta dos amigos daqui – conta a irmã, Jessica Avelhaneda Gonçalves, 22 anos.
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Foi a secretária de Educação de Cachoeirinha que indicou a Luiz de Camões à família. As aulas na nova escola iniciaram na última segunda-feira, mas Marta só foi ao colégio na terça, quando a matrícula foi confirmada. Ela morreu na quarta.
– Ninguém consegue fazer inimizade de um dia pro outro. Tu acha que tua irmã está estudando, mas está sendo estrangulada – lamenta a irmã.
Jessica conta que a irmã não fez qualquer reclamação da escola e que era uma menina estudiosa e quieta.
– Se tu puxava o cabelo dela, ela iria baixar a cabeça – conta Paulo Prado, 26 anos, primo da menina.
Com apenas 14 anos, Marta sonhava em ser médica, tinha planos de fazer o Enem e tentar uma bolsa pelo Prouni. A festa de 15 anos com o tema Alice no País das Maravilhas estava sendo planejada pela família. Segundo a irmã, a estudante planejava uma festa tradicional, com valsa e vestido azul. Marta faria aniversário em 21 de junho.