
O socorro à estudante Marta Avelhaneda Gonçalves, morta aos 14 anos durante uma briga na Escola Estadual Luiz de Camões, em Cachoeirinha, foi prejudicado por uma colega de 12 anos, apontada como responsável pelas agressões. Segundo o delegado Leonel Baldasso, da 1ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha, a equipe do Samu que fez o atendimento de emergência foi induzida ao erro, já que a agressora repassou informações falsas e omitiu que a vítima havia sido asfixiada.
De acordo com testemunhas, as meninas brigaram e caíram no chão. Marta teria ficado em cima da adolescente de 12 anos. Na sequência, a adolescente teria asfixiado a vítima com o braço. O golpe foi rápido e teria feito Marta cair com poucos sinais vitais. Segundo o laudo pericial, a fratura de um osso do pescoço permitiu concluir que a morte ocorreu por estrangulamento.
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Os profissionais do Samu que atenderam à ocorrência, no entanto, não sabiam que Marta havia sido estrangulada, pois não havia sinais externos. Eles também não foram informados que houve uma briga. A informação repassada aos socorristas foi de que a vítima havia batido a cabeça – assim, os profissionais realizaram os procedimentos de acordo com a suposta causa. Eles ficaram cerca de meia hora no local tentando reanimá-la.
– Os profissionais foram induzidos ao erro. Se soubessem que era uma asfixia, fariam um procedimento chamado de "cricotomia". Infelizmente, ela chegou ao hospital já sem pulso – lamentou o delegado, que tomou como base para a sua interpretação os depoimentos da equipe do Samu e da médica que atendeu a adolescente no hospital.
Baldasso destacou ainda a cautela da médica ao atender a ocorrência no hospital. Em princípio, Marta chegou à unidade como vítima de morte natural. Porém, a especialista desconfiou e pediu a necropsia. Foi aí que se descobriu a morte por asfixia.
– No hospital não fazem necropsia quando a morte é natural. A médica acabou tomando conhecimento das circunstâncias e encaminhou o caso para a polícia – disse o delegado.