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Há exatamente um ano, a primeira presidente mulher do Brasil recebia a notícia de sua destituição do cargo. Reeleita para o segundo mandato em 2014, com mais de 54 milhões de votos, Dilma Rousseff (PT) foi impedida de seguir à frente da nação em 31 de agosto de 2016, quando 61 senadores aprovaram o impeachment.
O desgaste, no entanto, começou antes. Suspeitas de corrupção entre membros do partido e aliados, crise financeira tomando corpo, insatisfação popular e uma oposição feroz ajudaram a desenhar o cenário que culminou com o afastamento da petista. No último levantamento antes de ser afastada provisoriamente, a ex-presidente tinha avaliação positiva de 11,4% (9,7% bom e 1,7% ótimo, segundo pesquisa CNT / MDA, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte em fevereiro de 2016) – taxa acima da dada ao atual presidente Michel Temer (PMDB) em verificação recente.
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Tão logo sofreu o revés, Dilma procurou consolo com o mentor e colega de sigla Luiz Inácio Lula da Silva. A mineira parecia tranquila. Não derramou lágrima, nem mesmo praguejou contra seus detratores. Ela apenas agradeceu o apoio do seleto grupo que assistia com ela, na biblioteca do Palácio do Alvorada, a votação final do impeachment.
No mesmo dia, entretanto, Dilma retomou a postura sóbria e incisiva pela qual ficou conhecida. O semblante fechado, já na chegada do salão de mármore da residência oficial para fazer o pronunciamento de despedida, dava o tom do discurso que viria pela frente. Ao assumir o microfone, disparou:
– Hoje, o Senado Federal tomou uma decisão que entra para a história das grandes injustiças. Os senadores que votaram pelo impeachment escolheram rasgar a Constituição Federal. Condenaram uma inocente e consumaram um golpe parlamentar.
Leia a integra do discurso aqui.
Desde então, a ex-presidente tem adotado uma postura discreta, participando de alguns poucos eventos, como palestras, e recebendo homanegens.
Recentemente, em 12 de agosto, teve de lidar com mais um baque: a morte do ex-marido e conselheiro Carlos Araújo.