Os trabalhadores do metrô de São Paulo votaram neste domingo pela manutenção da greve, a quatro dias da partida de abertura da Copa do Mundo na cidade, entre Brasil e Croácia, informou o sindicato da categoria à AFP.
- A assembleia votou pela manutenção da greve. Agora estamos decidindo os próximos passos - disse uma porta-voz do sindicato horas após a Justiça declarar a paralisação ilegal e fixar multa diária de R$ 500 mil.
Os metroviários rejeitaram a proposta de reajuste de 8,7% e exigem uma atualização salarial de 12,2%.
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Durante a assembleia, o presidente do sindicato, Altino Melo dos Prazeres, disse que diante da aproximação da Copa do Mundo e das eleições em outubro o governo paulista "tem que negociar".
- Há uma Copa do Mundo, o maior evento esportivo do planeta. O governo do Estado tem eleições no final do ano, vão ter que negociar.
Uma nova assembleia foi convocada para esta segunda-feira, o quinto dia consecutivo de greve.
Mais cedo neste domingo, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo julgou a greve abusiva, considerando que o sindicato não manteve o mínimo de operação determinado.
Na quinta-feira, a Justiça havia determinado que os trabalhadores do metrô poderiam paralisar suas atividades, mas mantendo 100% de operação nos horários de pico e 70% nas horas de baixa demanda.
A greve provocou caos nesta metrópole de 20 milhões de habitantes. Filas intermináveis de passageiros esperando ônibus e enormes engarrafamentos foram o resultado da mobilização. A situação melhorou um pouco no fim de semana.
Na sexta-feira, a polícia militar inclusive dispersou com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha grevistas que impediam a abertura da estação de metrô de Ana Rosa, em São Paulo.
* AFP