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Venceu, às 15h desta segunda-feira, o prazo previsto por liminar para a desocupação espontânea de um terreno no bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre. Localizada na Estrada Antônio Severino, perto da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, a área usada como pastagem para cavalos foi ocupada na noite de sexta-feira.
Ao longo do final de semana, dezenas de ocupantes chegaram ao local, onde há várias casas improvisadas, dentro de lotes divididos por fitas. A organização é tanta que até a área de passagem é sinalizada com uma placa de madeira, onde diz "Rua". Os ocupantes não atenderam a liminar de desocupação pacífica expedida pelo desembargador Alzir Felippe Schmitz no sábado e acompanham o processo na Justiça - que está com o juiz Jorge Alberto Vescia Corssac.
- Não estamos dispostos a sair. Mas não queremos violência. Temos crianças aqui. Estamos esperando a decisão do juiz. E hoje teremos uma reunião com nosso advogado - conta Tiago Melo Ribas, 29 anos, funileiro, que alugava um imóvel no próprio Rubem Berta com dois irmãos.
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Everton Braz, diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), afirma que o órgão está acompanhando a situação dos ocupantes e que há duas formas de eles conseguirem uma habitação: apresentando a demanda no Orçamento Participativo ou se unindo a uma cooperativa e solicitando recursos do programa Minha Casa Minha Vida para comprar um terreno.
- Nós estamos à disposição para encaminhar essas famílias para essas soluções. É um processo de construção, que demora algum tempo, mas essas famílias vêm de algum lugar. Elas podem voltar ao lugar onde estavam ou conseguir uma solução temporária até que tenham uma habitação - explicou Braza.
Ramiro Rosário, gestor do Centro Administrativo Regional (CAR) Eixo Baltazar, disse que a prefeitura está acompanhando o caso. A ocupação surgiu três dias após a desocupação de um terreno da antiga Avipal, que hoje pertence à construtora Melnick Even, no bairro Cavalhada, zona sul de Porto Alegre. Uma sequência de entraves burocráticos arrastou por quase um mês o cumprimento da reintegração de posse.