
O Bloco de Luta pelo Transporte Público promoveu, no final da tarde desta quinta-feira, mobilização definida como o "1º Grande Ato Contra o Aumento das Passagens". A manifestação começou na Esquina Democrática, entre a Avenida Borges de Medeiros e a Rua dos Andradas, e seguiu pela Avenida Salgado Filho e pela Rua Doutor Flores, onde os manifestantes caminharam pelo terminal de ônibus sob o Centro Popular de Compras antes de seguir até o Paço Municipal.
Quando o grupo retornou à Borges de Medeiros, a Brigada Militar interveio em pelo menos dois momentos. Foram usadas bombas de gás lacrimogêneo e balas de armas não letais. Algumas pessoas tiveram ferimentos leves e foram ajudadas por manifestantes.
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Antes da ação da BM, pessoas com os rostos encobertos picharam prédios e portões pelo caminho: "4,30 é roubo". Alguns também apedrejaram e quebraram vidraças de pelo menos três bancos e de uma loja do McDonald's na Otávio Rocha e na Borges de Medeiros. Dois homens foram presos e um adolescente apreendido por dano ao patrimônio público.
O reajuste do salário dos rodoviários ainda não foi definido, mas um cálculo prévio dos empresários aponta para uma tarifa de R$ 4,30 nos ônibus – atualmente, custa R$ 3,75. Já a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) faz projeções considerando três cenários, sendo que o valor mais alto é R$ 4,05.
A REIVINDICAÇÃO DOS MANIFESTANTES
Ainda na concentração do ato, a estudante Joana Berwanger, 20 anos, segurava um cartaz em que lamentava: "Não acredito que já protestei contra os R$ 2,85 e agora estou aqui de novo" (em referência ao valor aplicado em 2012 na Capital).
– É um absurdo aumentarem todo ano uma quantidade tão excessiva. Tem gente que não tem condições de pagar e, pela qualidade do transporte público na cidade, não faz sentido – queixava-se a jovem.
A comparação entre o valor cobrado e o serviço oferecido era reiterada pelos demais manifestantes.
– O movimento considera abusivo. Antes de ter um aumento, tem que perguntar à sociedade se ela está satisfeita e reavaliar o transporte, porque ele não tem qualidade – diz o estudante Guly Marchant, 27 anos, relatando que o Bloco fez uma pesquisa nos terminais da Azenha e Triângulo nesta semana, constatando que a maior parte dos usuários não está satisfeita com o serviço do transporte coletivo.
*Com informações da Rádio Gaúcha