
O fenômeno que fez diminuir o nível do Guaíba é conhecido na oceanografia como maré meteorológica negativa. Ele ocorre quando há um vento forte que vem do norte e nordeste e empurra a água em direção ao oceano baixando o nível do mar na zona costeira.
- Tinha um vento nordeste predominando em função desse anti-ciclone poderosíssimo que estava dominando o sistema todo. Foi uma coisa incomum. Basicamente incomum. Se havia um sistema ciclone de vento empurrando a água para o norte havia outro sistema anti-ciclone empurrando para o sul - explica o o doutor em Oceanografia Geológica, professor e pesquisador do Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Lauro Calliari.
O professor concedeu entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (14) e informou que, com a passagem desse sistema e a volta das condições normais do tempo, o nível da água vai começar a subir lentamente. A maior consequência é o cheiro ruim que exala desta lama. O pesquisador destaca que, se não fosse o vento jogar água para o oceano a tempestade prevista poderia ter causado muita destruição.
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- Graças a Deus que houve esse recuo. Se não tivesse ocorrido esse recuo teria destruído grande parte dos balneários da zona costeira do Rio Grande do Sul - avalia Calliari.
Depois de ter atingido a menor marca dos últimos 12 anos no sábado (12), quando a água chegou a 0,24 metros, o nível do Guaíba voltou a subir. Nesta manhã, foi registrado 0,82 metros no Cais Mauá, em Porto Alegre.