Porto Alegre

Sem agrotóxico

Rede transforma apartamentos na Capital em feirinha de orgânicos

Cadeia de consumo colaborativo serve de ponte entre agricultores e consumidores

Jéssica Rebeca Weber

Enviar email

Há quatro meses, o lar da empresária Letícia Silveira Melo, 35 anos, virou uma feira: pia, mesa e balcão da cozinha são tomados por quilos de banana, batata doce, laranja, cenoura, arroz, alface, espinafre, feijão, rúcula, aipim.

- Aqui em casa já virou o point dos orgânicos - diz a empresária, animada.

O apartamento dela, no bairro Petrópolis, é um dos locais de entrega e busca de produtos orgânicos de uma rede de consumo colaborativo, a startup Tribo Viva, que faz a ponte entre consumidores de Porto Alegre e pequenos produtores próximos a Capital, sem a necessidade de atravessadores.

Silêncio em ônibus híbrido agrada a passageiros na Capital
No final da plataforma, uma biblioteca para se perder antes do embarque

A rede funciona assim: produtores selecionados pela Tribo Viva fazem a oferta de um kit no site da startup. Quando as encomendas alcançam um número que justifique a viagem - normalmente entre oito e doze cestas -, o agricultor entrega frutas e legumes na casa de um consumidor que se candidatou a coordenador de entrega, e o restante dos compradores vai até lá buscar em um dia e período determinados.

Na última quarta, cada cota entregue na casa de Letícia, com 13 itens, saiu pelo preço de R$ 44,20. Pietro Rocha, um dos fundadores da rede, destaca que o agricultor vende seu produto, o coordenador de entrega ganha uma das cestas pelo seu serviço e a startup fica com 10% a 20% do valor da cota. Os consumidores também são beneficiados.

- Como estava praticamente na porta da minha casa, eu pensei: por que não? É mais fácil, mais pessoal, e o preço está mais acessível - afirma Marla Lima, 31 anos, bióloga.

Garis ou garimpeiros? Limpeza no Arroio Dilúvio mostra descaso da população
Leia mais notícias da seção Pelas Ruas

Interessado por alimentação saudável e alimentos mais saborosos, o educador físico Felipe Zancan, 35 anos, conheceu há pouco tempo a rede. Comprou pela segunda vez uma cota, na semana passada.

- No começo achei estranho vir na casa de alguém para pegar as coisas. Mas foi bem legal, fui super bem recebido.

Letícia destaca as vantagens da compra direto do pequeno produtor:

- É o que eles dão pra família deles e é o que eu quero para a minha também. Tu sentes o gosto do alface, da laranja, do aipim.

A empresária ainda aprecia a integração com as pessoas do bairro: ela e os outros consumidores aproveitam para compartilhar receitas e dicas para armazenar os alimentos.

- É legal conversar, trocar ideia, experiências. A gente colabora para a vida da pessoa.

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Sala de Redação

13:00 - 15:00