
A conta de luz de parte dos gaúchos deve ficar mais cara em breve. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou, nesta sexta-feira, o reajuste médio da tarifa da CEEE de 23,51%. O aumento médio para o consumidor residencial é de 22,39% e para o consumidor industrial de 27,9%, segundo o presidente da estatal gaúcha, Gerson Carrion.
- A partir de segunda-feira, provavelmente, com a publicação no Diário Oficial, começa a viger as novas tarifas - afirmou Carrion.
Ele justificou como um dos motivos do aumento a necessidade de usar energia de usinas térmicas, que são mais caras.
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Em outubro, a equipe técnica da agência apontou um reajuste de 28,28%, mas ele não chegou a ser aplicado pela companhia de energia porque a empresa estava inadimplente com encargos do setor. O percentual solicitado pela empresa era de 34,99%.
A conta de cerca de R$ 16 milhões, referente à compra de energia de Itaipu, foi paga nesta semana e permitiu que o reajuste fosse analisado pela agência novamente. A alta atinge pelo menos 4,8 milhões de consumidores.
Como a cobrança não poderá ser aplicada de maneira retroativa, na prática, a companhia gaúcha perde os valores que deixou de cobrar durante os 43 dias em que a tarifa ficou congelada.
Ao mesmo tempo que o aumento é um peso para o bolso dos consumidores, é um alívio para o caixa da CEEE, cuja saúde financeira tem estado debilitada há anos. Entre 2010 e 2013, a empresa acumulou prejuízo de R$ 843 milhões.
Só no primeiro semestre de 2014, a perda chegou a R$ 117 milhões. A escassez de chuva esvaziou reservatórios de hidrelétricas e forçou a utilização de usinas térmicas, fontes de energia mais cara. Distribuidoras de todo o país, a CEEE, inclusive, foram obrigadas a pegar empréstimos para continuar operando. Apenas neste ano, a companhia gaúcha já financiou R$ 417 milhões.
* Zero Hora