
O advogado Andrigo Rebelato, que defende o médico Leandro Boldrini na esfera cível, entra nesta sexta-feira com um pedido de dissolução da união estável entre o médico e Graciele Ugulini, madrasta do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos. Ele também pede que a guarda da filha do casal, Maria Valentina, de 1 ano e 3 meses, fique com o médico. Rebelato afirma que Boldrini não quer mais nenhum contato com Graciele:
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- Ele pediu que agilizasse a separação. Vamos fazer um trabalho longo de provar que o Leandro tem condições de ser o guardião da filha, até porque ele é inocente e não há provas no que tange a prática de crime contra o Bernardo. Ele não quer mais nenhum contato com Graciele, nenhum laço.
De acordo com o advogado, o pedido de separação prevê a repartição dos bens que foram adquiridos pelo casal nos últimos três anos, que são uma Mitsubishi L2000, um Hyundai Veloster e uma parte da clínica de cirurgia do médico. Leandro e Graciele eram sócios no estabelecimento, mas conforme Rebelato, "o capital social da madrasta é ínfimo, uma mixaria".
- A família do Leandro e os amigos mais próximos têm mais convicção, a cada dia que passa, da inocência dele, da ausência de participação total na morte do Bernardo. Há muita comoção social, especulação, mas a expectativa é que os fatos não nos surpreendam - afirma o defensor.
Relembre o caso
Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugulini, 36 anos, para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini - que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município -, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo.