
A delegada de Três Passos, Caroline Bamberg, disse a Zero Hora, na manhã desta sexta-feira, que o médico Leandro Boldrini, 38 anos, será indiciado por homicídio pela morte do filho, Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, ocorrida no dia 4 de abril. Além disso, a Polícia Civil pedirá a prisão preventiva de Leandro, que está recolhido temporariamente na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A delegada não adiantou em que tipo de homicídio ele será enquadrado:
Leia mais sobre o Caso Bernardo:
Polícia quer novo depoimento de pai com detector de mentiras
MP avalia pedido de reinvestigar morte da mãe de Bernardo
Veja os detalhes do depoimento de Boldrini à polícia de Três Passos
Inquérito apontará contradições para incriminar Leandro Boldrini
- O Leandro será indiciado por homicídio e o inquérito estará concluído na semana que vem. Estou trabalhando no relatório final e não posso falar, nesse momento, o tipo de homicídio (culposo ou doloso).
Se Boldrini for indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), ele escapa do Tribunal do Júri. Já se for por homicídio doloso (com intenção), ele irá a júri popular, isso se o Ministério Público encaminhar a denúncia à Justiça e ela for aceita.
A tendência é que o indiciamento seja por homicídio doloso, já que Boldrini será relacionado ao assassinato junto com a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz. Ambas confessaram a participação no homicídio.
Procurado por Zero Hora, o advogado Jader Marques, que defende Boldrini, disse que não se surpreende com a declaração da delegada Caroline Bamberg e espera a definição do inquérito para uma manifestação mais detalhada:
- Ela afirmou o indiciamento desde o início, dizia possuir elementos para isso. Não surpreende que agora ela esteja confirmando aquilo que já vinha falando desde o começo. O que surpreende, na verdade, é que ela tenha feito uma afirmação tão prematura, já que, ao mesmo tempo que afirmava isso, dizia estar levantando as evidências.
Relembre o caso
Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugulini, 36 anos, para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini - que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município -, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo.