
O governo federal enviará uma missão na próxima segunda-feira a Caxias do Sul para avaliar a situação dos mais de 300 ganeses que migraram para a cidade serrana em busca de refúgio. A partir de hoje, começa um mutirão para acelerar a emissão dos protocolos de pedido de refúgio, nos postos da Polícia Federal. O Ministério do Trabalho vai intensificar a expedição de carteiras de trabalho e fará um levantamento de cidades no país capazes de absorver a mão de obra estrangeira.
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As decisões foram tomadas em reunião na manhã desta quarta-feira, no Ministério da Justiça, em Brasília. Também participaram do encontro representantes dos ministérios do Trabalho, do Desenvolvimento Social, das Relações Exteriores, além da Polícia Federal e representantes do Estado.
- Vamos fazer um esforço para emitir as carteiras de trabalho e mobilizar nossas superintendências para identificar locais onde haja demanda de emprego - afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias.
Os africanos aproveitaram a Copa do Mundo para entrar no Brasil com visto de turista. Em Caxias, protocolaram o pedido de refúgio, que assegura a permanência no país até que a solicitação seja analisada pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça. O prefeito de Caxias, Alceu Barbosa Velho, afirma que o município não tem condições para abrigar tantos estrangeiros.
Conforme o Ministério das Relações Exteriores, foram emitidos para o período da Copa 8.767 vistos a ganeses com duração de 90 dias, porém, nem todos os documentos foram utilizados. A Polícia Federal confirmou que 2.529 ganeses entraram no país, sendo que 1.397 já retornaram. Permanecem no Brasil cerca de 1.132 pessoas. O Ministério da Justiça confirma que até o momento ocorreram aproximadamente 180 solicitações de refúgio.