Olhar Global: carta aberta a Gustavo Ioschpe
Entenda a origem da crise entre judeus e palestinos na Faixa de Gaza
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Neste domingo, o exército israelense admitiu ter disparado contra alvos perto da escola da ONU em Rafah (sul da Faixa de Gaza), na qual pelo menos 10 palestinos morreram em um ataque.

Israel vai evitar qualquer disparo contra a maior parte da Faixa de Gaza nesta segunda-feira durante sete horas de "janela humanitária", indicou um comunicado do Exército no 28º dia de conflito com o Hamas.
O cessar-fogo vai vigorar das 10h às 17h locais (das 4h às 11h em Brasília) em todo o enclave palestino, à exceção da parte situada a leste da cidade de Rafah, no sul do território, "onde confrontos ainda estão sendo travados e onde uma presença militar israelense é mantida", indica o texto.
O chefe de operações militares israelenses na Cisjordânia ocupada e em Gaza, general Yoav Mordechai, alertou em um comunicado que, "se a trégua for violada, o Exército responderá com disparos contra a origem dos disparos palestinos". Mordechai também pediu que os habitantes de Abassan al-Kabira e de Abassan al-Saghira, duas aldeias situadas a leste de Khan Yunis (sul de Gaza), voltem para casa a partir de segunda-feira às 9h (3h em Brasília).
Este foi o terceiro ataque contra uma escola da ONU na Faixa de Gaza nos últimos 10 dias. O novo bombardeio foi condenado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que o chamou de ato "criminoso". O governo americano se disse "chocado" com o bombardeio.
Israel cria "nova linha" para os ataques
Israel teria retirado boa parte das tropas da Faixa de Gaza neste domingo, segundo a agência de notícias Associated Press. O tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz militar israelense, teria confirmado à AP que a maior parte das tropas de terra foi retirada de Gaza depois que os militares concluíram que haviam destruído a maior parte da rede de túneis. Ele disse que Israel havia detectado cerca de 30 túneis que foram escavados ao longo da fronteira para o que ele chamou de um "ataque sincronizado" em Israel.
Lerner disse, no entanto, que a ofensiva não acabou, e que Israel vai continuar a atingir a capacidade do Hamas de lançar foguetes e de se infiltrar em Israel. Autoridades israelenses disseram que os militares reduziriam suas atividades terrestres em Gaza, mas responderiam aos contínuos ataques vindos de lá com ataques aéreos.
- Não é uma retirada - disse o ministro da Defesa israelense, Amir Peretz, ao Canal 10 TV. - É a criação de uma nova linha, mais controlada com o trabalho da força aérea - completou.
Em Gaza, autoridades do Hamas teriam dito que não vão interromper o lançamento de foguetes sem o fim do bloqueio israelense ao território.
- Se Israel parar unilateralmente, o Hamas vai declarar vitória e não concederá qualquer segurança ou trégua a Israel - teria dito um oficial do alto escalação, que teria falado sob condição de anonimato, porque estaria discutindo deliberações internas.
A operação de quase um mês contra o Hamas já deixou mais de 1,8 mil palestinos e mais de 60 israelenses mortos.
* AFP