A Rússia anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação criminal por genocídio das populações de língua russa no leste da Ucrânia, onde o uso de armas pesadas causou, de acordo com a Comissão de Investigação russa, a morte de pelo menos 2,5 mil pessoas.
"O processo é referente às populações das repúblicas autoproclamadas de Lugansk e Donetsk, os dois principais redutos separatistas no leste da Ucrânia", indicou, em um comunicado, o porta-voz da instituição, Vladimir Markin.
"Indivíduos não identificados, a mando político e militar da Ucrânia, das Forças Armadas da Ucrânia, da Guarda Nacional e do Pravy Sektor (formação paramilitar ultranacionalista ucraniana) ordenaram a aniquilação dos cidadãos de língua russa", acrescentou.
Homem é detido, espancado e torturado por separatista em Donetsk
Ucrânia anuncia que irá pedir adesão à União Europeia em 2020
Segundo Markin, o uso de armas pesadas e da aviação matou pelo menos 2,5 mil pessoas e causou a destruição de mais de 500 edifícios civis nas regiões de Donetsk e Lugansk durante os mais de cinco meses de conflito entre as forças da Ucrânia e os separatistas pró-russos.
A Comissão de Investigação da Rússia é a principal agência de inquéritos criminais do país e não tem jurisdição fora do território russo.
Segundo as Nações Unidas, o conflito no leste da Ucrânia matou mais de 3,2 mil pessoas e provocou o êxodo de mais de 600 mil civis. O exército e os separatistas ucranianos utilizam armas pesadas, incluindo nos últimos dias, apesar da trégua decretada no início de setembro.
*AFP